(Foto: Divulgação)
Em “Onde houver fumaça, haverá uma cidade”, Giglio e Dio Costa contarão com o apoio dos amigos Diego S. Coutinho (bateria), Felipe Canjah (baixo) e Thales Arakawa (guitarra)
O Massacre de Volta Redonda será lembrado em 9 de novembro (sexta-feira), do meio-dia ao meio-dia e meia, no Memorial Getúlio Vargas, na Vila Santa Cecília. “Onde houver fumaça, haverá uma cidade” é a contribuição da arte para que os 30 anos da greve de 1988 não sejam esquecidos. O Circunlókios se apresentará acompanhado pelos amigos Diego S. Coutinho (bateria), Felipe Canjah (baixo) e Thales Arakawa (guitarra).
- Nesta data tão importante para a história de Volta Redonda, o Circunlókios faz uma apresentação única e especial. Seguimos fazendo o que sabemos e acreditamos, para lembrar da história de nossa cidade - diz Carlos Eduardo Giglio, um dos integrantes do Circunlókios.
Formado no fim de 2015 por Dio Costa (violão, poesia e voz), Giglio (poesia e voz) e Camila Gabriela (violino e voz), o Circunlókios é de Volta Redonda. A proposta é levar poesia e música às pessoas e aos lugares públicos em geral, usando e abusando da espontaneidade, do improviso e da interação.
Tragédia anunciada
A Greve de 1988 foi um movimento dos trabalhadores da CSN, quando a Companhia Siderúrgica Nacional era uma empresa estatal e os trabalhadores exigiam do governo Sarney:
. Reajuste salarial com base no índice de inflação divulgado pelo Dieese;
. Estabilidade no emprego;
. Jornada de trabalho de 40 horas semanais;
. Readmissão dos demitidos em 1987;
. Isonomia salarial;
. Instauração de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) eleita pelos trabalhadores;
. Reconhecimento dos representantes sindicais;
. Fim da perseguição à atividade sindical;
. Divulgação do Sistema de Cargos e Salários da empresa.
No dia 9 de novembro, o Exército e a PM começaram a dispersar as pessoas concentradas no bairro de Vila Santa Cecília e invadiu a empresa, procurando retomá-la. Três operários foram mortos pelas forças de segurança: Carlos Augusto Barroso (19 anos), Walmir Freitas Monteiro (27 anos) e William Fernandes Leite (22 anos). Barroso levou uma coronhada enquanto estava caído no chão e morreu de traumatismo craniano. Walmir e William foram baleados. O primeiro foi atingido nas costas, à tarde, num dos locais de concentração dos trabalhadores. O outro foi baleado no pescoço, à noite, na estação de resfriamento de água por tiros que teriam partido do Escritório Central da CSN. Mais cem pessoas ficaram feridas na operação contra os grevistas.