
(Fotos: Divulgação)
“O cenário dos 20 contos do livro são histórias que se passam com o homem comum envolvido pela natureza que o completa, os animais, as coisas, tanto os entes da realidade quanto do metafísico, como o amor, o ódio, a esperança. Eles dialogam com os homens, até com entre eles mesmos”.
Da música para a literatura. Ricardo Yabrudi (que já teve uma coluna aqui no OLHO VIVO) lançou o livro de contos “As Vozes dos Homens, dos Animais e das Coisas”, disponível nas plataformas Amazon, Casas Bahia, Lojas Americanas, Apple, Barnes & Noble, Disal, Google e Martins Fontes.
Pedro Szidlonski, professor da UGB, com mestrado na UFJF sobre análise de contos, explica o que o leitor vai encontrar em “As Vozes dos Homens, dos Animais e das Coisas”:
- Em um mundo onde a tecnologia limita cada vez mais o raciocínio, a interpretação e os vínculos humanos, a coletânea de contos revelou-se uma excelente oportunidade para ensinar aos alunos a ‘escutar’ o que os textos têm a nos dizer. Além disso, mostra a importância de reconhecer a beleza até mesmo nos momentos mais banais do cotidiano, desde que estejamos dispostos a nos encantar. Como leitor ávido e professor de Língua Portuguesa, acredito que o livro ‘As Vozes dos Homens, dos Animais e das Coisas’ é uma verdadeira obra-prima, especialmente em uma época em que a literatura comercial muitas vezes ofusca o brilho da arte das palavras.
O autor - Yabrudi é músico profissional pela Ordem dos Músicos do Brasil. Foi aluno de Vicente Lima, Leo Soares, Fernando Moura, Abel Carlevaro, entre outros. De formação erudita e popular, integrou o Kalenda Maia (especializado em música medieval, renascentista e barroca). Tocou profissionalmente no círculo erudito na Sala Cecília Meireles, Theatro Municipal (RJ), TVE, e outros tantos concertos. É violonista e violinista erudito, bandolinista, alaudista, e guitarrista. É compositor, filósofo, escritor e professor de música. Trabalha com sonorização e iluminação profissional, estruturas de palco em shows e eventos.
Confira a entrevista com Ricardo Yabrudi
. Você teve uma coluna aqui no OLHO VIVO sobre filosofia da música por muitos anos. Por que escreveu um livro de contos, por que migrou para a literatura?
Escrevi muitos artigos filosóficos para alguns jornais. Sempre quis dar um tom, uma opinião sobre o mundo, baseado na filosofia. Minha coluna aqui no OLHO VIVO, como você comentou, foi “Descobrindo a Música” (todas os artigos postados na coluna do Ricardo Yabrudi estão neste link). Sempre soube que muitos autores fazem filosofia escrevendo, entremeando suas opiniões, nas suas obras literárias, por exemplo, Nietzsche com o famoso, “Zaratustra”. Entretanto, optei por histórias de ficção que contenham filosofia nas entrelinhas. Foi uma forma mais suave de passar conhecimentos filosóficos expressos numa linguagem pop, principalmente nos diálogos.
. O que diferencia seus contos dentro do universo literário?
A filosofia de Schopenhauer me impressiona. Nela encontramos uma supremacia, uma superioridade da natureza em relação aos homens. Vejam como ela responde quando é atacada, destruída. Nos contos, as coisas falam, as nuvens aconselham os homens, as cobras falam, os cães, as onças, os rios. Os diálogos provocam uma reflexão no leitor. Também entes metafísicos se expressam, como a música que convida a ser ouvida e dançada.
. Qual o objetivo, a intenção da sua obra?
É provocar o leitor a refletir, fazê-lo pensar nos personagens, se eles têm alguma coisa em comum. Os contos têm a intenção de que muitas vozes possam ser ouvidas por quem lê, quando contempla a natureza, as árvores, as flores, o café que bebe, o cobertor que o aquece. Tudo ao redor se comunica. As coisas reclamam que não são notadas nem respeitadas, como os rios que estão cheios de detritos, como está, por exemplo, no conto “Maria Glória”.
. Qual o cenário desses 20 contos?
São histórias que se passam com o homem comum envolvido pela natureza que o completa, os animais, as coisas, tanto os entes da realidade quanto do metafísico, como o amor, o ódio, a esperança. Eles dialogam com os homens, até com entre eles mesmos.
. Qual o tema dos contos? Pode dar alguns exemplos?
São contos com temáticas bem diversas:
Sara - É uma mulher que abandona, desiste da cidade para morar na floresta com sua amiga onça, os macacos e outros amigos animais. A cidade a chama, a provoca, para vir e visitá-la, perguntando por que a abandonou.
Quarteto - São três menores vulneráveis que são vítimas de Malcom. Elas estão envolvidas com coisas ilícitas. É uma história que pode acontecer com qualquer família. Muitos pais não sabem o que acontece nas vidas íntimas dos filhos.
Alienígena - Um rapaz do interior, artesão, tem um contato com um extraterrestre e faz uma estatueta dele. Será que estamos sozinhos no mundo? Quem irá acreditar nele?
As Igualdades nas Diferenças - É uma reflexão sobre as diferenças e igualdades entre os homens. É a história ficcional de um empresário, sua esposa e o seu jardineiro José, que o leva a um bar para conhecer seus amigos.
. Qual o próximo projeto literário?
Já está pronto e sendo revisado pela editora. O nome do próximo livro é: “Vozes do Mundo”. Nesse projeto os entes metafísicos ganham ainda mais força. São títulos sugestivos como “A Moda da Moda”, “Sonho e Sônia”, sempre com diálogos comuns que se aproximam da vida do dia a dia.
. Vamos ter uma noite de autógrafos?
Já fiz algumas no Rio de Janeiro. Aqui em Volta Redonda será uma noite muito especial, principalmente com a presença desse meu amigo Claudio Alcântara que me entrevista e sempre me incentivou, dando a oportunidade de escrever em seu portal, este que leva a Cultura nos braços e a entrega aos leitores, esse ente que diz:
- Leiam o OLHO VIVO, a cultura é o que importa, estou de OLHO VIVO em vocês.