(Fotos: Divulgação)
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“Ler é como ver TV. Você deve começar pelo que gosta mais, ou por um livro que virou filme. Assim será mais prazeroso”.
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“Boca tímida, mão nervosa” é uma coletânea de poemas. São retratados sentimentos humanos, o valor da mulher e a sociedade como um todo. O ego, paixões e defeitos, sem deixar de lado o sentido social. O autor, Robson Chaves, diz ter escolhido esse caminho por acreditar que é um papel fundamental da literatura.
- Escrevo com o objetivo de tocar o outro em sua interioridade. Dada a abrangência dos temas, considero que o livro se trata de não-ficção, na categoria de psicologia (no sentido amplo da palavra). Custa R$ 22. Coloquei esse preço para que mais pessoas possam adquiri-lo. Estou plenamente ciente do contexto socioeconômico de nosso país no momento.
O escritor tem 25 anos, nasceu e mora em Barra Mansa, no bairro Goiabal. É graduado em Letras com habilitação em Português e Literaturas pela UFF (Universidade Federal Fluminense - formação em 2018). Foi eleito poeta pela Fundação de Cultura Adelaide Franco, com o poema cristão “Ele é o caminho”, em novembro de 2018.
Confira a entrevista com Robson Chaves
Trata-se de um e-book, certo? Por que essa opção? Você pretende fazer a versão física?
Sim, é um e-book. Escolhi esta opção por poder publicar de graça pela ferramenta de autopublicação do grande portal, que é o Amazon. Tive a liberdade de definir tudo no processo de publicação, e no mesmo dia já estava no ar. Mais à frente, é provável que eu publique a versão física, pois apesar do avanço dos e-books, muitos brasileiros ainda preferem tocar o papel. É algo cultural.
Como foi o processo de criação do livro, quanto tempo levou e como é sua metodologia ao escrever?
O processo foi tranquilo. Escrevo no notebook, enquanto ouço alguma música para relaxar e/ou inspirar alguma nova obra. Comecei a escrita dia 2 de agosto e terminei dia 12 do mesmo mês. Tempo total de edição: 4h29, conforme dados do software de digitação. Costumo me lembrar de algum fato em especial, ou às vezes, de uma coisa simples que vejo, surge a ideia e a poesia flui. Também gosto de me imaginar no lugar das pessoas para escrever. Afinal, a literatura é algo que bate, volta e deixa marcas.
Qual a maior dificuldade para se lançar um livro? Quais as dicas você dá para quem está enfrentando esse problema?
O povo brasileiro, em sua maioria, lê muito pouco. O mercado não recebe investimentos devidos. Deveria haver mais políticas de incentivo à leitura. Como no meu caso foi livro digital, não houve dificuldade no que tange ao lançamento. O principal é acreditar que você pode alcançar o que deseja, seja lá qual for sua fé. E a escrita deve partir da alma, não importa qual seja sua concepção disso. O importante é ser algo interno, verdadeiro e que leve o outro (leitor) a refletir.
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"Acho que quem escreve precisa procurar entender e se adequar à tecnologia e ao que o público espera. É possível aliar a tecnologia aos estudos/leitura".
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Você sente que as pessoas estão se afastando cada vez mais da leitura, devido aos avanços tecnológicos? Ou pelo contrário?
A tecnologia torna tudo mais dinâmico. Não acredito no afastamento da leitura, mas em outra maneira de encará-la. Existem também os audiobooks, que são os livros gravados que podem ser ouvidos no computador, celular, etc. Acho que quem escreve precisa procurar entender e se adequar à tecnologia e ao que o público espera. É possível aliar a tecnologia aos estudos/leitura.
Como é essa questão na sua cidade? Existem programas (da inciativa privada ou pública) que incentivem o hábito da leitura?
Bom, o próprio concurso literário de Barra Mansa do qual participei foi um exemplo de incentivo à leitura. Contudo, sempre é necessário fazer mais. Melhorando o salário do professor, dando melhores condições de trabalho aos profissionais da Educação. Ressalto também que o papel da família na criação do filho é fundamental no desenvolvimento individual do gosto pela leitura. Uma dica: Ler é como ver TV. Você deve começar pelo que gosta mais, ou por um livro que virou filme. Assim será mais prazeroso.
O papel da escola nisso tudo?
A escola deve incentivar o gosto pela leitura com atividades mais dinâmicas, quiçá promovendo concursos literários internos. A escrita leva à leitura. Não há como gostar de ler sem se envolver. A participação dos pais é fundamental. Quando eu estava na escola, minha mãe, Joelma, sempre assinava meus cadernos e acompanhava tudo de perto.
Você observa que há desinteresse de alguns escritores em prestigiar os colegas escritores? Ou não? Existe um interesse mútuo?
Graças a Deus, sinto que há união nesse sentido. E assim deve ser. Nenhuma profissão e/ou área pode ser considerada superior. O que queremos é dignidade e o devido reconhecimento pelo papel do professor na Educação e sociedade.
Projetos. O que vem por aí?
Pretendo continuar escrevendo. Quero atuar em sala também. Escrever tem sido um bom refúgio.
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