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Literatura & Cia.

Jean Carlos Gomes

poearteditora@gmail.com

Lançamentos

Homenageados pela PoeArt lançam livros de poesia

Flora Figueiredo e Alexei Bueno, dois talentos destacados pela editora de Volta Redonda, colocam seus mais recentes trabalhos no mercado

Livros  –  27/10/2019 12:23

  • Flora com o poeta Hamilton Faria

  • Com a escritora Renata Pallottini

  • Álvaro Alves de Faria, Celso de Alencar e Valdir Rocha (poeta e artista plástico)

  • Alexei em seu lançamento em SP, entre amigos

  • Lançamento no RJ, juntamente com uma obra póstuma de Walmir Ayala

  • Lançamento no RJ, juntamente com uma obra póstuma de Walmir Ayala

  • As capas dos livros

(Fotos: Divulgação)

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“Páginas viradas de um abril qualquer” tem a assinatura de Flora e “Cerração” foi escrito por Alexei Bueno 

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“Que a neve caia, a bruma desça, o mar congele ou a Terra entre em convulsão. Exponha-se - pelo, poema e pele, febre, suor e combustão”. Ao ler Flora Figueiredo, vai-se de um fôlego só até o fim do livro. Uma página puxa a outra e as surpresas se sucedem, mansas ou revoltas. A autora reafirma em “Páginas viradas de um abril qualquer” que a vida é total oscilação. Por isso, os poemas desrespeitam uma ordem pré-estabelecida. 

- Como determinar capítulos, se todo dia é feito de inconstância? Gosto de ondular junto e liberar meu coração para se desorganizar. 

Flora é paulistana. Poeta, cronista, tradutora e compositora. É o seu oitavo livro de poesia. Foi homenageada na “VI Coletânea Século XXI”, de 2016, da PoeArt Editora. 

A poeta conhece o delicado caminho das emoções e o ponto de encontro com a alma do leitor. Prestigiada por autores como Loyola Brandão, Caio Fernando Abreu, Álvaro Alves de Faria, Josué Montello, o estilo de Flora tem evidente musicalidade, percebida por Ivan Lins, Natan Marques, Aylton Escobar, que se tornaram seus parceiros. O poeta Olavo Drummond escreveu que “o verso de Flora flui docemente, como se sua alma molhasse o papel”. É nesse desaguar de sentimentos que Flora nos envolve com sua inquietação, irreverência, ternura e graça.” 

“Páginas de um abril qualquer” (Editora Novo Século-SP, 144 páginas) tem textura perfeita, desce com leveza e doçura, a cada página abre-se como um bem-me-quer!  

Sempre acontece em abril  

(Flora Figueiredo 

O Verão ficou enciumado.
Peço-lhe calma.
O que fosse fazer se, a cada vez que o Outono chega,
ele se casa com minha alma?  

O 16° livro de poemas de Alexei Bueno  

Alexei Bueno, poeta, ensaísta, crítico e tradutor carioca, é dos maiores e dos mais pessoais nomes da poesia brasileira de sua geração, ganhador de prêmios como os da Biblioteca Nacional, da ABL, da Associação Paulista de Críticos de Arte, Fernando Pessoa e dois prêmios Jabuti. “Cerração” é o seu 16° livro de poemas, numa vasta obra editada no Brasil e no exterior. Foi homenageado na “IX Coletânea Século XXI”, de 2019, da PoeArt Editora. Confira o que Carlos Newton Júnior (poeta, ficcionista, ensaísta) escreveu sobre o mais recente lançamento de Bueno:  

Qual o sentido da vida e, por conseguinte, da morte? Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Qual é a nossa verdadeira casa? Será o fluir do tempo, com a passagem implacável da existência à ruína, a única realidade à qual estamos sujeitos? Qual o verdadeiro significado do amor, se estamos fadados ao pó, àquele “nada que havemos de ser”, como dizia Vieira? A vida, que tanto nos afeiçoa, é apenas regida pelo acaso? Teremos direito ao sonho, nós, que palmilhamos o mundo extraviados, cegos pela cerração, mendigos a amealhar migalhas de conhecimento, desde o princípio condenados à traição e à derrota? 

A obra poética de Alexei Bueno, cuja construção venho acompanhando de perto há mais de duas décadas, com admiração e espanto crescentes, gira em torno de problemas tão fundamentais e insilenciáveis que facilmente se poderia cair na armadilha de enfeixá-la sob o rótulo de poesia filosófica. Se assim for, que se entenda que a sua poesia é participante no melhor sentido do termo, pois, nela, os problemas filosóficos não surgem como uma preocupação estranha à beleza ou uma impureza que prejudicaria a arte; são, antes, a própria argamassa que une os tijolos do seu edifício poético, dos mais sólidos já erguidos ao longo da história da poesia brasileira. A partir de cenas corriqueiras, observadas numa rua qualquer do centro do Rio de Janeiro, Alexei consegue estabelecer uma ponte para a transcendência e o sublime, a exemplo do que ocorre, no presente livro, no poema “Episódio”.  

Cerração  

(Alexei Bueno)  

Gritas na cerração. Ninguém responde.
Gritas de novo. É isso. Estamos sós.
Mudas de lado. Nada vale o aonde.
Nem o eco te ouve, e ele é a tua própria voz. 

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Por Jean Carlos Gomes  –  poearteditora@gmail.com

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