(Fotos: Divulgação)
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Projeto de “O indiozinho que se apagava” foi pensado para ser monocromático; propositalmente, páginas escuras se misturam com páginas brancas, alusão às pinturas indígenas
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O livro “O indiozinho que se apagava”, de Remisson Aniceto, inaugura o selo Coralina Jovem, e conta a história de Saíra, um indiozinho adotado por uma família da cidade grande, mas negligenciado pelos novos familiares. Depois de tanto sofrer, decide procurar seus verdadeiros pais. Durante a fuga, descobre uma enorme árvore que o leva para outro mundo e uma seiva mágica que tem o poder de deixá-lo invisível. Basta esfregá-la em seu corpo para desaparecer. O projeto foi pensado para ser monocromático. Propositalmente, páginas escuras se misturam com páginas brancas, alusão às pinturas indígenas. Os traços fortes da ilustração se aproximam das pinturas corporais indígenas, bem como os tribais que desaparecem no decorrer do livro geram movimento e seguem o protagonista. O conceito da capa segue o mesmo padrão e possui uma tipografia escura e de difícil leitura, como se estivesse sendo apagada como o próprio indiozinho.
A Coralina, editora gaúcha nascida em dezembro de 2018, tem em seu catálogo os livros dos escritores Claufe Rodrigues, Rossana Ramos, Leonardo Andriolo, Ádlei Carvalho, Pedro Paulo Graczcki, Alexandre Azevedo, Mell Renault, Josély Graziano, Leonardo Brasiliense, Anderson Alves, Carlos Kalunga, Nehyta Franz Marcuzzo e Mario Baggio.
O que dizem escritores e educadores que leram o livro
. Sônia Maria Lima Teixeira (professora aposentada da Rede Municipal de Ensino de Nova Era, MG) - Quem nunca teve vontade de desaparecer, de sumir alguma vez na vida? Pois foi literalmente dessa forma que "Saíra", o personagem principal do livro "O indiozinho que se apagava" conseguiu resolver seus problemas e encontrar o seu mundo. Misturando fantasia e realidade, Remisson Aniceto, em seu primeiro livro infanto-juvenil, conseguiu, de forma perspicaz, envolver uma pluralidade de temas do cotidiano contemporâneo e de diversidade cultural em uma história cativante, desde as suas primeiras linhas. Vale a pena conferir.
. Cesar Augusto de Carvalho (sociólogo e historiador, poeta e escritor) - Às vezes matuto se o artista tem consciência de suas escolhas para produzir sua obra. Essa questão, que nunca será respondida, voltou-me à mente ao ler “O indiozinho que se apagava”, de Remisson Aniceto. A começar pelas ilustrações, quase negras, prestes a fazer desaparecer tudo, até os caracteres. Aí você começa a ler a história e se surpreende com a quantidade de elementos simbólicos que se escondem na trama do indiozinho que, adotado e maltratado pela família branca, foge, não à procura do pai falecido num acidente, mas em busca de sua família, de suas origens. Saíra, o indiozinho, refaz a mesma jornada arquetípica de todos nós, a busca por nós mesmos. Não bastasse a força da narrativa, as ilustrações do livro ganham luz à medida que a história se desenvolve. O negro quase desaparece e o branco integra-se, carne e osso, à narrativa textual. Daí a minha pergunta: Será que o autor tem consciência de suas escolhas simbólicas? Da força que elas têm e que ganham na construção do enredo? Mas, isso tem importância?
. Pedro Paulo Graczcki (escritor e Publisher) - Uma surpresa a cada edição, uma superação em cada obra. Fantástico esse livro. Em tempos de discussão dessa prática pelas Damares da vida, surge Remisson Aniceto com essa leitura da realidade. Amei.
. Rita H. Lima (professora de Nova Era - MG) - Fragilidade e força, luz e sombra, sumir e reaparecer... estratégias utilizadas para enredar o leitor, criar expectativas e conquistar o seu interesse. Assim é a narrativa cativante do indiozinho que, aparentemente frágil, descobre mágica alternativa para mudar o rumo de sua história. Você se encantará com a história deste indiozinho criado pelo novaerense Remisson Aniceto.
. Célia Armani (coordenadora pedagógica e educacional e especialista em metodologias ativas) - História envolvente e maravilhosa. É impossível não se identificar com o indiozinho que queria saber e amar quem é. A temática é atual, envolvendo identidade, diversidade cultural, empatia, cuidado e família. Remisson Aniceto continua nos surpreendendo com sua sensibilidade e criatividade. Ótima escolha para escolas que desejam trabalhar valores.
. Rubens Jardim (jornalista e poeta) - Remisson Aniceto coloca seu indiozinho Saíra em uma história instigante e envolvente... Adotado depois da morte do pai, o indiozinho não se deu bem nas mãos de uma família branca. Mas acabou fugindo, reencontrando a floresta e aquele universo mágico de sua primeira infância. Assim como Aladim encontrou a lâmpada maravilhosa, Saíra descobriu uma seiva leitosa e mágica a escorrer de uma árvore. E é ela que propicia sua libertação, sua volta às origens. Gostei muito desse livro de estreia do Remisson no gênero infanto-juvenil - e recomendo. Destaco ainda o bom trabalho das ilustrações e da edição”.
. Monique Naiara M. Luz (professora da rede pública municipal de São Paulo) - Livro bom é aquele que provoca a discussão, promove o debate e aflora o positivismo, o incentivo e o desejo de agir e transformar a sociedade para melhor. Procurando mostrar - sem demagogia e sem forçar a barra - que o único caminho para o bom convívio social é aquele onde o respeito, a amizade, o amor, a solidariedade, o entendimento e a aceitação caminham juntos. E estas questões são tratadas de forma muito clara no livro "O indiozinho que se apagava", de Remisson Aniceto. Estávamos carentes de um livro deste porte.
> Coordenação, projeto gráfico e diagramação: Angel Cabeza. Edição, preparação e revisão: Cláudio B. Carlos. Ilustrações: Thassiel Melo. Publisher: Pedro Paulo Graczcki. @editoracoralina, 2019. Clique aqui para fazer os pedidos.