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Uma Greve Vitoriosa!

Neto saiu mais fraco da greve e com menos credibilidade

Todo mundo percebeu que realmente não existe crise nenhuma, mas uma total incapacidade do governo em administrar o município

MDS  –  08/04/2013 08:02

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(Fotos: Reprodução/Facebook)

Greve fez história em VR e mostrou ao prefeito que ele não tem o controle de tudo 

Sérgio Boechat 

Depois de 38 dias de mobilização e algumas conquistas, encerrou-se a greve vitoriosa dos servidores públicos municipais de Volta Redonda. Uma greve justa, incontestável e que provou, mais uma vez, que se a categoria estiver fechada em torno dos mesmos objetivos com os sindicatos a vitória acaba acontecendo. O prefeito Antônio Francisco Neto (PMDB), depois de 16 anos, teve que descer do "trono da arrogância" para conversar com os sindicatos, dar explicações, fazer concessões e, mesmo com todo o seu autoritarismo, baixar a voz e reconhecer que ele não é o dono da verdade e muito menos o dono de Volta Redonda. Realmente, vale a pena ressaltar os avanços conseguidos nesta greve e divulgados no Blog do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação):

> Os sindicatos impuseram respeito;
> Foi barrado o plano do governo de substituição do PCCS (Plano de Cargos, Carreira e Salários) pelo PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração);
> Quebrou-se o autoritarismo do Neto;
> A população apoiou o movimento;
> Passeatas históricas, acampamento e palavras de ordem aconteceram de forma a despertar Volta Redonda para nossa luta;
> Todas as propostas rebaixadas apresentadas pelo governo foram derrubadas;
> Surgiram novas lideranças nas bases e as categorias foram revigoradas e despertamos o sentimento de luta na região sul fluminense. 

Categorias envolvidas na greve não podem perder o foco 

O objetivo maior é a execução da sentença do juiz da 5ª. Vara Cível, com o pagamento integral do PCCS, aprovado em 1995; o pagamento dos trabalhadores da Cohab (Companhia de Habitação); o pagamento dos associados da Asvre (Associação dos Servidores Municipais de Volta Redonda) e o pagamento do piso salarial nacional para o magistério. Tudo mais é acessório. A população entendeu o por quê da greve, embora seja complicado para as famílias administrarem todas as horas que são preenchidas pelas escolas. O prefeito sai mais fraco desta greve e com menos credibilidade, porque mentiu o tempo todo e todo mundo percebeu que realmente não existe "crise" nenhuma, mas uma total incapacidade do governo em administrar o município. 

As nomeações publicadas no "Volta Redonda em Destaque", com atribuição de gratificação de representação e gratificação de serviços especiais, que aumentam substancialmente os salários dos amigos e correligionários do prefeito, são um acinte aos servidores públicos municipais, aos profissionais da educação e à própria população, que percebe, claramente, que o governo não tem nenhuma preocupação em diminuir os seus custos, nenhuma preocupação em melhorar a qualidade dos seus gastos e ainda fica impondo restrições nas negociações com os sindicatos, como se fosse um governo austero e preocupado com o dinheiro da população. 

Mesmo com o fim da greve, continua o "estado de greve" 

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Servidores públicos municipais sabem perfeitamente o que eles querem e vão chegar lá

O prefeito acha que 5% de reajuste dado ao funcionalismo a partir de abril é algo fantástico. Em 2001 o salário dele era R$ 7.900 e em 2013 ele está recebendo R$ 17.440, um reajuste de mais de 120%! Apesar do reajuste ser proposto e votado pela Câmara Municipal, ele poderia ter vetado, se quisesse, o reajuste, porque se trata de um projeto de lei, mas ele sempre preferiu se silenciar e, segundo a LOM (Lei Orgânica Municipal), § 1º. Artigo 50, "o silêncio do prefeito municipal implicará sanção", e embolsar todos os reajustes. Mesmo com o fim da greve, continua o "estado de greve" e o Fórum de Mobilização pelo PCCS continuará ativo. 

O governo prometeu uma série de outras coisas, mas não é confiável. Prometeu não descontar os dias parados e devolver o que já descontou. Prometeu não perseguir ninguém que fez greve, mas tudo isto só o tempo confirmará se realmente aconteceu, porque o prefeito escreve, mas não faz! 

Piso nacional: Fevre continua com paralisação 

A Fevre (Fundação Educacional de Volta Redonda) continua em greve porque reivindica o pagamento do piso nacional, devido desde 2011, e o governo ainda não se pronunciou sobre isso!

Uma greve que fez história e mostrou ao prefeito que ele não tem o controle de tudo e que os servidores públicos municipais sabem perfeitamente o que eles querem e vão chegar lá!

> Leia mais em "Política Sem Meias Verdades"

Por Redação do OLHO VIVO  –  contato@olhovivoca.com.br

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