(Foto Ilustrativa)
Em março, havia 181 contratados por RPA que não tinham nada a ver com a Saúde,
isto é, não se tratava de urgência ou emergência; este número pulou para 498
Sérgio Boechat
Chegou às minhas mãos mais uma relação atualizada dos cargos comissionados e dos servidores contratados por meio de RPA (Recibo de Pagamento a Autônomo) na Prefeitura de Volta Redonda e, mesmo com toda a "encenação" do prefeito Antônio Francisco Neto (PMDB) de que o município está sem dinheiro, que não sensibilizou ninguém, os números, no total, cresceram, passando de 1.348 contratos de RPA, em março de 2013, para 1.624, em agosto, enquanto os cargos comissionados reduziram apenas de 414 para 408. No frigir dos ovos, foram contratados mais 270 novos servidores.
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Da Redação do OLHO VIVO
Enquanto isso, ontem, 9, o TRE-RJ(Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) negou, por unanimidade, recurso movido pela coligação "Volta Redonda Pode Mais" (do candidato à prefeitura an época, o deputado federal Jorge de Oliveira, o Zoinho - PR). Neto era acusado de ter divulgado irregularmente pesquisa eleitoral no horário da propaganda gratuita, quando foi ao ar a fala do governador Sérgio Cabral dizendo, durante caminhada com o prefeito, que acreditava na vitória de Neto, por ter tido acesso a uma pesquisa. Mas essa pesquisa não poderia ter sido divulgada, por causa de restrições legais. Cabral também teria feito declarações desfavoráveis a Zoinho.
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Em março, havia 181 contratados por RPA que não tinham nada a ver com a Saúde, isto é, não se tratava de urgência ou emergência. Este número pulou para 498:
> 27 educadores;
> 30 monitores de esporte;
> 33 engenheiros;
> 2 professores I;
> 27 arquitetos;
> 6 veterinários;
> 3 técnicos em administração;
> 16 advogados;
> 8 coordenadores;
> 13 analistas de negócios;
> 97 professores de educação física;
> 6 nutricionistas;
> 1 técnico de eletrônica;
> 1 desenhista;
> 2 músicos;
> 15 administradores;
> 5 contadores;
> 2 técnicos de contabilidade;
> 1 instrutor de computador;
>10 digitadores;
> 22 orientadores educacionais;
> 3 almoxarifes;
> 1 analista de sistema;
> 1 economista;
> 1 técnico em telecomunicação;
> 2 auxiliares de escritório;
> 30 assessores administrativos;
> 6 pedagogas;
> 2 eletricistas;
> 2 Jornalistas;
> 114 instrutores de arte;
> 01 técnico em gestão ambiental;
> 1 auxiliar de serviços judiciários;
> 1 cuidador de idoso;
> 5 agentes de esportes;
> e 2 sem CBO, isto é, não são autônomos, mas foram contratados assim mesmo.
Casos de nepotismo continuam lá
Há algumas situações estranhas como sempre: Os casos de nepotismo envolvendo parentes dos secretários, parentes de diretores e parentes de deputado continuam lá, intocáveis; há uma médica com quatro contratos, não sei se ela trabalha 80 horas por semana, como deveria ser o caso; 11 médicos com três contratos, também não sei se eles trabalham 60 horas semanais; e 69 médicos com dois contratos, que devem trabalhar 40 horas semanais. Há vários casos de pais e filhos contratados e um desfile interminável de sobrenomes conhecidos na prefeitura, enfim, são marcas indeléveis da incompetência gerencial do atual prefeito!
Não existe, praticamente, pediatras na rede municipal de saúde, mas há 122 pediatras contratados por RPA na relação que eu recebi.
> Há 396 médicos clínicos;
> 31 ortopedistas;
> 44 anestesistas;
> 23 oftalmologistas;
> 20 obstetras;
> 92 enfermeiros;
> 39 fisioterapeutas;
> 7 fonoaudiólogos;
> 13 médicos radiologistas;
> 8 urologistas;
> 3 mastologistas;
> 12 gastros;
> 3 hemoterapeutas;
> 18 psiquiatras;
> 7 angiologistas;
> 11 ginecologistas;
> 6 otorrinos;
> 35 cirurgiões;
> 7 dermatologistas;
> 6 endocrinologistas;
> 6 cardiologistas;
> 7 neurocirurgiões, além dos médicos que pertencem ao quadro efetivo da prefeitura.
Bem gerenciados não deveria faltar médicos na rede municipal. Será que todos eles cumprem a carga horária direitinho?
Quem fez concurso e está esperando
nomeação deve entrar na Justiça
Quem fez concurso público para alguns desses cargos acima e está esperando nomeação, pode entrar com uma ação na Justiça reivindicando a nomeação, como é o caso dos procuradores, porque neste caso há mais 16 vagas. O RPA só deveria ser usado em caso de emergência ou calamidade, por, no máximo, 90 dias ou em caso de trabalho temporário e não com a intenção de dar emprego a quem quer que seja, como é o caso de Volta Redonda. Ninguém sabe o que é analista de negócios, mas como consta do Código Brasileiro de Ocupação, é usado para justificar contratações absurdas.
Há 22 orientadores educacionais sendo empregados com RPA, enquanto há falta desse profissional na rede municipal de educação. Se o prefeito usasse as "nomeações políticas" para colocar mais profissionais nas unidades de saúde acabaria com as filas e com a demora na realização dos exames. Não há falta de dinheiro, repito, o que falta é competência gerencial!