(Fotos: Divulgação)
Artistas protestam com faixas no Fórum de Cultura
O Fórum Municipal de Cultura de Volta Redonda, realizado em 1 de dezembro, no auditório do Colégio João XXIII, no Retiro, foi marcado por protestos dos artistas. Faixas foram colocadas na entrada do local e um manifesto foi lido, deixando clara a insatisfação com os caminhos percorridos pela Secretaria Municipal de Cultura até hoje. O secretário municipal de Cultura, Moacir Carvalho de Castro Filho, o Moa, falou apenas durante alguns segundos e não acrescentou nada de útil ao debate.
Os artistas, que reivindicam a realização da Conferência Municipal de Cultura, explicam que a Comissão formada no Fórum é propositiva, fiscalizadora e representativa, que deve auxiliar no processo de construção dessa "nova política cultural" que nasce, a partir do "compromisso de adesão" (lembrando a pressão da sociedade civil nesse sentido) ao SND (Sistema Nacional de Cultura), na concretização do chamado CPF do Plano Nacional (Conselho Municipal de Cultura, Plano Municipal de Cultura e Fundo Municipal de Cultura).
- Dessa maneira, entende-se como três passos iniciais para a adesão total ao SNC e, pelo que nos informaram, teríamos um período de dois anos para realizar tais ações. No entanto, é de caráter urgente que elas se concretizem, pois o Sistema já foi promulgado pela Câmara e, por descaso do nosso poder Executivo continuamos de fora. Por quanto tempo mais teremos que esperar? Até quando teremos que nos contentar com a lentidão e a falta de interesse de uma secretaria que na verdade deseja "encher linguiça e deixar o tempo passar"? São necessárias a ajuda e a compreensão de todos - disse Marcione Oliveira, um dos integrantes do movimento criado pelos artistas.
Insatisfação: Artistas levaram faixas e colocaram na grade do Colégio João XXIII, no Retiro
Petição pública
Segundo Oliveira, é imprescindível que as pessoas assinem a petição pública (aqui) que pede a aprovação imediata da nova redação da LOM (Lei Orgânica Municipal.
- É de suma importância que cobremos a lei que cria e regulamenta o Conselho Municipal de Políticas Culturais, revogando assim completamente a de 1985, que centraliza e dá plenos poderes ao poder Executivo, afinal, nos foi dito claramente que sem esse primeiro passo, que diga-se de passagem já teria que ter sido dado há anos, agilizando outras ações importantes, todos os seguintes tornam-se inviáveis. Portanto, é preciso agir e parar de reclamar, é preciso fazer e descruzar os braços, é preciso ser multiplicador desse passo a passo e assim experimentar a democracia sendo exercida na política cultural de nossa cidade - enfatizou.
Muitos artistas não foram ao evento, também como forma de protesto
Grupo entregou documento à SMC
Durante o período que antecedeu ao Fórum, o grupo de artistas se reuniu, determinando ações que expressassem em si a indignação com a Secretaria Municipal de Cultura. Foi entregue a Graça Dias, representante da SMC, um parâmetro para a criação de uma nova lei, estudo feito pelos artistas, orientados pelo advogado André Borges.
Sem ter o que dizer, Moa entrou mudo e quase saiu calado
- É preciso que não percamos ainda mais tempo. Esperamos que todos possam entender que a participação de cada um que concorde, "ainda que não acredite mais", é essencial. Pode ser que essa Comissão não comece nada de fato, não tenha poder nenhum para mudar alguma coisa, que sirva apenas de fachada para empurrar ainda mais com a barriga aquilo que eles deveriam ter realizado há muito tempo. Mas o fato é que não vamos ficar de braços cruzados, esperando para ver o que acontece. No fim, se tivermos uma chance de fazer, queremos contribuir na garantia de que será feito - frisou Oliveira.
Os representantes dos sete segmentos da Comissão
- Literatura: Vicente Melo e Anielli Carraro
- Música: Hugo Araújo e Nei Mesquita
- Artes visuais: Gabi Dezidério e Vivian (Smac)
- Produção/gestão cultural: Ana Paula Antunes (Janis) e Robson Antunes
- Artes cênicas: Marcione Oliveira e Leslie Assis
- Áudio visual: Angela Do Bem e Jader Costa
- Patrimônio material e imaterial: Kika Monnteiro
> Em tempo: O OLHO VIVO entrou em contato com a Prefeitura de Volta Redonda, para ouvir a posição oficial da Secretaria de Cultura sobre o assunto, mas não obteve resposta.
> Veja a íntegra do manifesto dos artistas
> O que disse o secretário municipal de Cultura
> Mais uma pergunta que Moa não respondeu