(Fotos: Marcelo Bravo)
Ideia de tocar na rua se consolidou depois de participar do Tomada Urbana - ato V,
que o Coletivo Teatral Sala Preta, de Barra Mansa, realizou no ano passado
"Andorinha só" é o nome do primeiro EP que Ive Seixas preparou para o dia 1 de fevereiro. Além disso, esse é o nome que a cantora dá ao show que faz apenas com seu violão, sua voz e o chapéu no chão. Na maioria das vezes as apresentações acontecem na rua mesmo, numa praça, num largo ou numa calçada. A ideia de tocar na rua se consolidou depois de participar do Tomada Urbana - ato V, que o Coletivo Teatral Sala Preta, de Barra Mansa, realizou no ano passado. Foi a primeira vez que Ive experimentou esse formato. Cada show tem se revelado uma experiência marcante.
- É um desafio para quem sempre esteve apoiada na figura de uma banda, que me exige um pouco de coragem, convidando a deixar de lado a timidez que me resta, dando alguma voz àquela ideia romântica de se jogar no mundo para ver o que acontece - diz.
Ive Seixas é envolvida com música desde pequena. Sua mãe é professora de piano, e, por isso, foi o instrumento que Ive estudou durante a infância. Mas o contato com o rock a levou a aprender violão. Hoje, os dois instrumentos acompanham a cantora nos momentos em que compõe ou interpreta uma canção.
Produção no modelo "Faça você mesmo"
Na adolescência, Ive conheceu o rock e com Rafael Fralda montou a banda Ricto.
- Essa é uma banda para a vida, onde tive contato com a cultura "Do It Yourself" - afirma a cantora.
Foi com a Ricto que ela aprendeu a fazer fanzines, promover shows, além de poder gravar e tocar em diversos pontos do país.
A cantora revela que para lançar o EP faltam alguns detalhes de logística, mas que tudo já está prontinho, para o dia 1 de fevereiro.
- Cada música foi gravada de uma forma, em um lugar diferente - conta a cantora, ao falar sobre como viabilizou o seu trabalho:
- O bom da tecnologia é quando facilita o processo de se gravar a música. Cada uma foi gravada em diferentes lugares, por alguns artistas que nem se conhecem, mas que se sintonizaram na mesma onda.
Uma andorinha não tão só
"É um desafio para quem sempre esteve apoiada na
figura de uma banda, que me exige um pouco de coragem"
Para seu EP de estreia, Ive gravou três músicas. Uma delas a artista apresenta seu lado pianista. A música "O circo", apesar de ter sido composta no violão, foi no piano que a melodia encontrou sua base. Além de Ive ao piano, "O circo" conta com o trompete, sax horn e bateria de Nicolai Lamin, e com uma tuba gravada por Rawlinson Seixas, irmão dela.
A canção "Cervejas populares" é um samba composto por Ive. Mas foi o músico e produtor Felipe Mendonça quem arranjou e adicionou os elementos característicos do samba.
- O Felipe colocou o violão de sete cordas. Foi ele quem chamou o Mestre André para a bateria, Wallace Lopes para o cavaco e Moises Ferreira para o trombone - detalha.
A canção que dá nome ao EP, "Andorinha só", foi feita a partir do projeto "Quem Sabe para onde o tempo vai?", da artista paulista Anita Bertelli, que sorteou uma página de um de seus diários e publicou na internet. No perfil de Bertelli no Facebook, ela se refere ao projeto como "Evento/Performance participativa a partir de diários". Ive teve contato com a proposta por indicação de uma amiga e topou o desafio.
- Cada internauta tinha que criar uma resposta, à sua maneira, para responder a pergunta título do projeto, a partir do texto do diário. Minha resposta foi a música - explica.
Ive acha interessante o fato de ter se interessado por música brasileira apenas depois da adolescência. Somente em 2012 que ela passou a ouvir também música brasileira, da MPB ao samba de raíz e de cirandas às misturas que essa chamada nova MPB tem feito.
- Todos esses sons influenciam meu trabalho solo, mas no geral mantenho a mente aberta - enfatiza a cantora, indicando que o caminho de sua carreira não está nada definido.
Serviço
> Ive Seixas disponibiliza todo seu material no seu site. Acompanhe as novidades no perfil da artista no Facebook.