
(Fotos: Divulgação)
Led sabia perfeitamente o que estava
fazendo, um som inovador
Lembro perfeitamente o que senti ao ouvir Led Zeppelin pela primeira vez. Aquela mistura de blues e rock com certo peso, às vezes, muito peso, um som esmagador repleto de agressividade e doçura, numa mistura exata fazendo um som praticamente definitivo. A guitarra do Jimmy Page que, às vezes, chorava às vezes gritava, o baixo perfeito de JPJones, a batera marcante do Bonham e a voz rasgada do Plant. Sabia que aquela banda se tornaria inesquecível, e o tempo provou que minha intuição estava certa.
Petrópolis, férias de fim de ano. Fui à casa da avó de uma amiga, onde todos se encontravam, era uma mansão enorme e incrivelmente linda com jardins de Burle Max com várias casas. E numa dessas casinhas, a mais distante da principal, estavam os meus amigos, algumas pessoas que não conhecia também, era um monte de pessoas reunidas em volta de uma velha e pequena vitrolinha que funcionava tanto a pilha quanto a eletricidade. Muitos discos espalhados por perto, estávamos nos anos 70 e a ordem era a cultura hippie, e todo mundo que estava naquela casa era adepto dessa nova cultura, roupas rasgadas, coloridas, óculos escuros, lenços na cabeça, faixas na cintura, a fumaça dos cigarros fazia o ar ficar pesado. Todo mundo falando ao mesmo tempo, de repente alguém chega com um disco embaixo do braço e coloca pra rolar.
Jimmy Page (guitarra), John Bonham (bateria e percussão),
John Paul Jones (baixo e teclado) e Robert Plant (vocalista e gaita)
Era um disco diferente com um som sensacional que eu ainda não conhecia, ouvia naquela época muito Allman Brothers Band, Rolling Stones, Alice Cooper, Deep Purple, Hendrix, Janis Joplin, por quem era absolutamente viciada. Pink Floyd, Santana, ELP, mas aquele disco eu não conhecia, putz... O que era aquilo? A capa era em preto e branco, apenas um Zeppelin pairando no ar... De longe só o nome da banda em laranja... A primeira canção era boa, sim, muito boa!.. A segunda, uau! “Babe Im gonna leave you”! Na terceira canção... Meu Deus, que isso!.. Pega essa capa aí, preciso ver isso, por favor!.. E o disco só ia ficando melhor a cada música, “Communication breakdown” passou dias martelando na minha cabeça.
Aquilo era Led Zeppelin, sim, senhoras e senhores. Led Zeppelin em seu primeiro registro fonográfico, simplesmente sensacional. A partir daí, tive todos os discos lançados pelo grupo, um melhor do que o outro. Por volta dos anos 90, encontrei em uma grande loja de discos uma compilação maravilhosa do trabalho dos caras, era uma caixa com quatro CDs. Não gosto de compilações, mas a caixa era tão atraente que mesmo tendo em LP e CD todos os álbuns da banda não resisti e comprei a caríssima caixa.
A morte do baterista John Bonham, em 1980, que colocou um fim na banda
Melodias fortes e saborosas
As melodias do Led ainda batem fortes e são incrivelmente saborosas, mesmo depois de tantas audições. Gosto de todos os discos do Led, principalmente dos I, II, III, IV e “Houses of the Holy”, mas se tivesse que escolher um seria “Houses of the Holy”, que quase furou lá em casa. Mas é complicado escolher só um entre os citados.
Jimmy Page (guitarra), John Bonham (bateria e percussão), John Paul Jones (baixo e teclado) e Robert Plant (vocalista e gaita) sabiam perfeitamente o que estavam fazendo, um som inovador.
O Led Zeppelin não gostava de lançar suas canções como singles, eles viam seus álbuns como indivisíveis. O Led Zeppelin é um dos grupos mais influentes na história do rock.
Ocasiões especiais
Desde a morte do baterista John Bonham, em 1980, que colocou um fim na banda, o Led Zeppelin reuniu-se apenas em ocasiões especiais. A primeira delas foi em 1985, quando participaram do concerto beneficente Live Aid - com Phil Collins e Tony Thompson (Chic) na bateria. Três anos depois, com Jason Bonham (filho de John Bonham, que começou a tocar com 4 anos, e apareceu com seu pai no filme “The Song Remains the same” tocando uma bateria em miniatura) na bateria, tocaram no aniversário de 40 anos da gravadora Atlantic. Em 10 de dezembro de 2007, os três integrantes originais do Led Zeppelin e Jason Bonham reuniram-se para um tributo a Ahmet Ertegün, fundador do selo Atlantic (morto em 2006), na O2 Arena, em Londres.
Em 1976 o grupo lançou um filme com uma compilação de shows gravados no Madison Square Garden em 1973, “The song remains the same” é um registro histórico e obrigatório para qualquer amante e não amante dos caras. Uma banda indispensável.