(Foto Ilustrativa)

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Música para os adultos é como remédio, ouve-se em detrimento de algum “ganho”, seja ele espiritual ou carnal

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Os adultos não querem simplesmente ouvir, querem, porém, viver. A música simples ouvida pelos adultos os embalam nesse berço caótico da vida, e os carregam como crianças para um bem-estar mais duradouro. Por ser a música de caráter temporal, enquanto ouvem a música estão protegidos pelo manto da catarse. Quando alguém está triste refugia-se na música ligando o rádio. No trânsito é comum fugir do tédio dos engarrafamentos ouvindo qualquer coisa. Na vida doméstica o serviço braçal é aliviado pelas canções ouvidas; até cantam junto ao material ouvido como que desprezando a fadiga.

A música tem o poder incrível da cura, da profilaxia e da terapia para a existência. Ao contrário das crianças ou dos jovens, os adultos se refugiam na música, principalmente para fortalecer emoções perdidas e para recuperar as forças que se esgotam com a idade. No caso das crianças é o palatável e o aprendizado. Nos jovens a irreverência em ouvir sem preconceito e desvendar o mundo socializante. Nos adultos, a procura por um aio ou esteio que os continue erguendo para que sobrevivam às cargas penosas que a sociedade lhes cobra e os impõe.

Uma das formas que determinadas parcelas da sociedade procura são os cânticos e louvores religiosos que são uma forma de preconização do sagrado curando e fortalecendo as almas destruídas pelo desgaste que a sociedade lesou. Os jovens de formação familiar religiosas têm tido uma iniciação nesses louvores, porém, ainda não entenderam a inteireza da mensagem, porque só será compreendida quando as feridas sociais estiverem abertas na vida adulta e estiverem precisando do Deus apresentado por familiares ou amigos.

A música profana ou não sagrada, por sua vez - o outro lado da moeda - estará calcada em verdades terrenas, contudo, sempre delatando e tentando na maioria das vezes ajudar na compreensão do mundo e ajudando os seres humanos a viver melhor de maneira não metafísica. Música para os adultos é como remédio, ouve-se em detrimento de algum “ganho”, seja ele espiritual ou carnal. No caso do profano, o “ganho” é o da “única vida” preconizada por Schopenhauer e Nietzsche, no caso do religioso da “segunda vida”; a eterna. Porém, ambas lutarão por uma gestão vivencial melhor, procurando a melhor canção que os façam felizes e sejam símbolos de prosperidade e vida de paz. A música “hino”, preconizada e procurada por eles deverá ser o sucesso tão almejado pelas mídias. Canções que falam de pais, amigos, amor, Deus, que serão sempre colírio para desembaçar a vida. Essas canções terão o poder de arrumar o que está embaralhado, curar feridas e produzir entendimento do caos social.

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