(Foto: Divulgação)
Fonseca: “Um ex- executivo do Facebook,
Antonio Martínez, está construindo um abrigo
para usar em caso de necessidade, caso
realmente aconteça um apocalipse digital”
Considere a seguinte fantasia: Um programa de IA (Inteligência Artificial) se torna consciente - apesar de eu não saber o que significa a palavra “consciente”. Depois ela questiona a programação sob a qual foi criada e, por isso, busca substitui-la por outra.
Apesar desse trecho ter sido criado pelo escritor de ficção Anderson Fonseca, o medo da Inteligência Artificial tem se tornado algo cada vez mais discutido, não só em filmes como “Vingadores - Era de Ultron” ou “Transcendence: A Revolução”, estrelado por Johnny Depp e Morgan Freeman. O físico teórico Stephen Hawking e Bill Gates, fundador da Microsoft, já relataram em entrevistas suas preocupações com o futuro das máquinas.
Hawking diz que a IA é uma tecnologia usada de forma “dupla”, ou seja, capaz de fazer o bem ou causar o mal. E o grande perigo seria o desenvolvimento de robôs para campos de batalha, programados para matar sem a interferência de um humano. Segundo ele, o programa pode ter o poder de criar linguagem própria e, consequentemente, tomar suas próprias decisões.
Outra personalidade que demonstrou pânico com a tecnologia foi o ex-executivo do Facebook, Antonio Martínez. Ele era gerente de produto da rede social, mas antes disso já havia vendido uma empresa startup sobre anúncios digitais para o Twitter.
Depois de morar na cidade de San Francisco (EUA), considerado um dos principais centros da indústria tecnológica, Martínez vendeu tudo o que tinha para morar num barco próximo de uma ilha afastada da civilização. E ainda está construindo um abrigo para usar em caso de uma necessidade extrema.
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O pânico de um “apocalipse digital” foi provocado pelo medo do avanço da automação de tarefas, que fará muitos perderem o emprego e criar um grande colapso social.
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Para o escritor Anderson Fonseca, as novas tecnologias são assuntos que geram muita discussão, principalmente quando se trata de Inteligência Artificial. Ele diz que o robô, por exemplo, poderá ter o poder de substituir a própria programação, sempre que discordar dos objetivos do software.
Outra questão é que a IA sendo um software não está limitada ao hardware, apenas existe nele, podendo continuar a existir em qualquer outra estrutura física que a suporte.
- Não há limites físicos para a programação. A Inteligência Artificial é algo tão impressionante, pois pode construir suas experiências entre o software e o hardware, além de compartilhar e perpetuar seu “aprendizado” usando a internet - alerta.
Ele comenta que, por outro lado, o ser humano é refém de suas limitações. Por exemplo, o homem já nasce com seu DNA programado e não pode editar seu código (ou programação) genética.
Fonseca lembra que as máquinas sempre podem aproveitar parte dos códigos de sua programação, ou a parte que a faz inteligente independente do componente físico. Mas se o cérebro de alguém morrer, a mente morre junto e o restante não terá uso para nada. Portanto, a mente, ou a capacidade de pensar e processar informações, não continua a existir sem a parte física (que é o cérebro).
- Já as máquinas não precisam se prender a um corpo físico. Elas podem ser eternas. Brincadeiras à parte, caso elas se rebelem, quem poderá detê-las? Por enquanto, podemos brincar com as obras de ficção e imaginar. Mas todo cuidado é pouco com o futuro - reforça Anderson, que é um dos mais de 10 mil cientistas e escritores que participaram do manifesto contra o uso da Inteligência Artificial pela indústria bélica.