(Foto Ilustrativa/Globalad)
Que venham muitas opções de temas e assuntos
Quando recebi o convite para escrever esta coluna, tinha algumas opções: Política? Ah, já falo tanto disso no meu trabalho e, normalmente, minhas posições causam certa polêmica. Poderia ser sobre Culinária? Mas isso deixo para minha amiga Karla, ela saberá o que falar. Cena Alternativa, talvez? Digamos que não sou tão alternativa né? Variedades? Sim, é isso! Variedades! Vou poder falar um pouco sobre tudo - até misturar culinária, cena alternativa, política e o que mais aparecer numa suruba literária.
E assim, decidi que era na coluna Variedades que iria escrever. Logo após a decisão, um frio na barriga tomou conta de mim. Então, posso escrever sobre tudo!? Mas o tudo é tão amplo, e esta amplitude me causa calafrio.
Lembrei, então, de uma conversa que tive com um casal de amigos meus. Eles começaram a namorar em 2005, eu acho, e na época não tínhamos tantas variedades na comunicação que temos hoje. Para os mais novos entenderem, não tínhamos nem internet com celular e o mais legal que nosso aparelho de comunicação móvel podia ter era um jogo de cobrinhas, tipo Pac Man (acho que não ajudei muito a nova geração hiper conectada).
Para simplificar, nós tínhamos o ICQ, o MSN e o Orkut, todos falecidos. E mesmo podendo parecer muitas opções, não era. Para nos conectarmos com este mundão de meu Deus, precisávamos de uma internet, ainda discada, ou no máximo ir a uma lan house. Se tivéssemos o luxo de ter internet em casa sofríamos com o barulhinho do discador, que só podia ser acionado depois das 14 do sábado até o domingo ou, no máximo, depois da meia noite nos dias de semana. Não era fácil.
Pois bem, estes amigos se conheceram através do falecido MSN e após muitas conversas começaram a namorar e estão juntos até hoje. Durante nossa conversa, nos questionamos se nos dias de hoje, com tantas opções a nossa volta, eles ficariam juntos como há quase dez anos. Não tenho dúvidas disso, pois eles formam um dos casais que mais admiro e, com certeza, o caminho deles já estava traçado desde a maternidade.
Mas essa conversa me fez pensar em como minha geração, e as futuras, tem tantas variedades de opções. É um leque tão grande que ficamos perdidos. A decisão de optar por um caminho, pede que abandonemos muitos outros. Facebook, WhatsApp, Tinder, Snap são totalmente úteis para mantermos contato diário com amigos de perto e de longe, agregarmos conhecimento e, por que não?, encontrarmos nossa possível alma gêmea. Mas ao mesmo tempo, eles nos oferecem o mundo e a gente não sabe o que fazer com esse mundo tão perto de nós.
E isso acontece não apenas nos relacionamentos e na forma que encontramos de encontrar nossa possível alma gêmea. Essa gama de possibilidades acontece em todos os setores da vida - e nos assusta na mesma medida. Ninguém mais precisa seguir o roteiro namorar: formar na faculdade - noivar - conseguir emprego legal - comprar casa - casar - ter filhos. Cada um escreve seu roteiro de vida, da forma que quiser, optando por uma ou outra opção diante de tantas variedades.
Com tantas alternativas, ficamos perdidos e sempre com o sentimento que estamos perdendo alguma coisa ao escolher outra. Foi assim que me senti escolhendo falar na coluna Variedades. São muitas opções, nós não sabemos se daremos conta. Rola um medo, mas é esse medo que nos impulsiona. Vamos em frente e que venham muitas outras opções de temas e assuntos.