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Duas Artistas

Exposição no MAM reúne obras de Talita Abreu e Eugênia França

Mostra no Museu de Arte Moderna de Resende pode ser visitada até 15 de setembro

Parabólica  –  24/08/2019 18:35

 

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O MAM (Museu de Arte Moderna) de Resende abriu na quinta-feira, 22, às 18h, a exposição “Duas artistas”, com obras de Talita Abreu e Eugênia França. A mostra pode ser visitada até 15 de setembro, de terça a sexta-feira, das 10 às 18h. A entrada é gratuita. Ambas as artistas foram selecionadas pelo Edital de Ocupação do Museu de Arte Moderna, aberto no início de 2019.

 

(Fotos: Divulgação)

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Talita Abreu - Título da exposição: “Do pagão ao subconsciente - O olhar de uma artista”

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Traz à luz elementos da religião pagã pouco conhecidos na atualidade. A Wicca, por exemplo, uma dessas vertentes, fala sobre o divino ser alcançado somente em contato com a natureza e respeitando todas as suas formas. Aliados a esse pensamento, a figura do deus pagão aparece com chifres de cervo, acompanhado da deusa e suas infinitas representações. Em algumas imagens também há representações de cabeças em diversas expressões humanas, simbolizando o inconsciente. Em outros trabalhos, elementos diversos e repletos de simbolismo encaram o espectador de forma doce, atraem reflexões e interpretações diversas que não apenas o símbolo ou personificação de alguma intenção. As peças da exposição são uma provocação aos visitantes olharem para essas figuras, admirarem e entrarem em contato com o que não conhecem, com o que lhes é contado que não é comum. Todas as imagens têm representações fortes de cenas pagãs, da Wicca celta, da Santa Muerte mexicana, da astrologia, do subconsciente, da multiplicidade das emoções humanas e símbolos de muitas vertentes do ocultismo. 

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Eugênia França - Título da exposição: “Poética de uma infância corrompida”

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As pinturas apresentadas na mostra estabelecem uma densa poética a partir de um mergulho em um inventário de imagens de bonecas velhas e de crianças posando com seus brinquedos. A prévia sensação positiva e saudosista que temos ao pensarmos nos arquétipos de imagens infantis e mesmo nas aconchegantes memórias que guardamos de nossos brinquedos é bruscamente afrontada pela maneira como a artista faz uso dessas imagens em suas pinturas. Eugênia apresenta um lado obscuro de uma infância corrompida e dilacerada. As crianças retratadas recebem um tratamento pictórico dramático que leva a pensar sobre uma gama de problemas sociais que corriqueiramente optamos por não enxergar, como exclusão social, violência, abandono e exploração sexual infantil.

EUGENIA_1 

Especificamente na série que deu nome à exposição a artista reaproveita como suporte para as pinturas retalhos de lonas de caminhão usadas, que simbolicamente pretendem remeter ao problema do abuso sexual infantil corrente à margem das estradas. Impossível não pensarmos ainda na relação de objetificação da criança, uma vez que no tratamento das pinturas a artista cria uma estranha equivalência e indefinição entre o modo como representa as meninas e as bonecas. As pinturas de Eugênia França escancaram com crueza o peso das memórias caladas. A superfície pictórica é áspera e a paleta de cores utilizada muito pouco escapa dos tons maculados do suporte. Os recortes e remendos aparentes das lonas se confundem com as imagens das crianças como se fossem suturas em seus corpos. Sinistros testemunhos da usura do tempo e da permanência do trauma como imagem. Por fim, vale ressaltar o papel político que a pintura de Eugênia França abraça em um contexto de uma era inundada pelo excesso de imagens e pela consequente sensação de esquecimento advinda da velocidade do tempo presente. 

> Museu de Arte Moderna de Resende - Visitação: até 15 de setembro, de terça a sexta-feira, das 10 às 18h. O MAM fica na Rua Dr. Cunha Ferreira, 104, Centro Histórico. Informações: (24) 3360-6155. Entrada gratuita. 

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Por Assessoria de Comunicação  –  contato@olhovivoca.com.br

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