(Foto: Divulgação)
“Habitamos a mesma casa, dividindo e influenciando o meio, assim, cuidar do outro é cuidar de nós”
Lin Quintino é a 100ª convidada na série de entrevistas “Opinando e Transformando”. Objetivo é formar um mosaico com o que cada um pensa desse universo multifacetado. Uma oportunidade para os internautas conhecerem um pouco mais sobre os profissionais que, de alguma forma, vivem para a arte/cultura.
> Nome: Lin Quintino
> Breve biografia: Poetisa, escritora, professora e psicóloga. Pertence a várias academias nacionais e internacionais. Integrante e primeira secretária da AJEB/MG. Autora de 13 livros de poemas e um livro infantil, “De Ponta Cabeça”.
Confira a entrevista com Lin Quintino
> Em sua opinião o que é cultura de paz?
Entendo que a cultura de paz seja aquela cultura que se esforça para modificar o pensamento e as ações das pessoas, no sentido de promover a paz em detrimento da violência. É um modo de se relacionar com o outro, com a diferença, é a diversidade, respeitosamente.
> Como podemos difundir de forma coerente a paz, neste vasto campo de transformação mental, intelectual e filosófico?
Acredito que a melhor maneira de difundir a paz é promover ações e atitudes que alcancem esse fim. No campo intelectual são as atividades voltadas para a leitura, à escrita, às artes, buscar envolver as pessoas em programas que as deixem bem consigo. No campo filosófico é buscar a reflexão sobre o nosso fazer no mundo, rever conceitos e costumes e em que influenciam na sociedade. Na transformação mental, é a mudança de pensamentos, quanto mais se pensa violência, mais gera violência, ódio, guerra. Precisamos arejar os pensamentos com amor, solidariedade e paz. Entender que a paz não pode ser garantida por acordos, sejam políticos, econômicos ou militares, mas sim pelo comprometimento de todos.
> Como você descreve a cultura de paz e a sua influência ao longo da formação da sociedade brasileira/humanidade?
Ao longo da história, percebemos que a humanidade foi guiada pela violência em nome da sobrevivência, vimos isso nos primórdios em que os povos guerreavam para manter o poder e o território. Assim, vimos essa cultura nos acompanhando de século em século. E os acordos de paz serem muito frágeis para sobrepor à guerra. No Brasil, vimos isso acontecer, já no descobrimento, com o extermínio dos índios, que seguiu ao movimento escravagista e que resultou no aumento da pobreza e no acúmulo da riqueza na mão de poucos. Essa desigualdade gera violência, e violência leva à guerra, que nem sempre ocorre no front, mas no morro e no asfalto.
> A cultura e a educação libertam ou aprisionam os indivíduos?
Um povo culto e educado é livre. Livre para pensar, questionar, criticar, votar, exigir e lutar por aquilo que deseja, por seus objetivos e sonhos. Quanto mais educada e culta a sociedade, mais capacidade para promover o bem para o seu povo. Mas, por outro lado, em mãos inescrupulosas, se tornam armas de opressão.
> Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância na difusão do despertar da humanidade.
O espaço digital, a internet, ferramentas que possibilitam a troca de informações e conhecimentos em tempo real. Um mundo onde se navega sem interferência de terceiros, mas um campo perigoso, se não tiver ética, regras e discernimento.
> Qual mensagem você deixa para a humanidade?
Não somos uma ilha. Somos seres de convívio, sociais, precisamos do outro para nos legitimar, enquanto pessoa. Habitamos a mesma casa, dividindo e influenciando o meio, assim, cuidar do outro é cuidar de nós.
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