(Foto: Divulgação)
“Não pode haver cultura de paz onde as pessoas são racistas, machistas ou acham que são superiores porque escolheram determinada religião”
Isabel Florinda Furini é a 105º convidada na série de entrevistas “Opinando e Transformando”. Objetivo é formar um mosaico com o que cada um pensa desse universo multifacetado. Uma oportunidade para os internautas conhecerem um pouco mais sobre os profissionais que, de alguma forma, vivem para a arte/cultura.
> Nome: Isabel Florinda Furini
> Breve biografia: Escritora, poeta, palestrante e educadora. Autora de 35 livros, entre eles, “Os Corvos de Van Gogh” (poemas). Seus poemas foram premiados no Brasil, Espanha e Portugal; é criadora do Projeto Poetizar o Mundo; integrante da AVIPAF (Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia), coeditora da “Revista Carlos Zemek de Arte e Cultura”; recebeu Comenda Ordem de Figueiró, Artes e Cultura do Brasil; foi nomeada Embaixadora da Palavra pela Fundação Cesar Egido Serrano (Espanha, 2017); participou de antologias poéticas em Portugal, Argentina e Chile; palestrou sobre a arte de escrever, na Feira Internacional do Livro de Foz de Iguaçu, na Feira do Livro e da Leitura de Campo Mourão, PR, e na Felima (Festival Literário Internacional de Machadinho, RS); realizou recitais poéticos na 36ª Semana Literária do Sesc & XV Feira do livro da UFPR, em 2017, e um recital poético bilíngue (espanhol/inglês) na Biblioteca Pública de Burlingame, Califórnia, USA, em 2018.
Confira a entrevista com Isabel Furini
> Em sua opinião, o que é cultura de paz?
É uma cultura que exige dedicação. Meditar, orar, poetizar fazem parte desse empenho de pacificar a mente. Este é um momento ruim para a humanidade. Não é só a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), é a divisão e a guerra política, é o fato de desprezar o outro porque pensa diferente. Aumentou a intolerância com outras maneiras de ver o mundo. Aumentou também o preconceito.
Vejamos um caso: Em 17 de abril/2020, o vigilante Everaldo, homem de raça negra de 62 anos, levou sua esposa a um hospital, em Gravataí (RS). Na madrugada de 18 de abril uma técnica de enfermagem do hospital disse que seu celular havia desaparecido. Everaldo contou que seguranças do hospital o arrastaram para fora do quarto, o agrediram, o humilharam e o expulsaram do hospital. Horas depois o celular foi encontrado. A técnica de enfermagem procurou Everaldo na porta do hospital e disse que tudo não havia passado de um mal-entendido. E a violência? E as agressões? E o fato de expulsar uma pessoa do hospital por “suspeita”, sem nenhuma prova? A dúvida fica: Se Everaldo fosse loiro e de olhos azuis, seria arrastado até o corredor e insultado?
Temos que entender que não importam as palavras bonitas: Não pode haver cultura de paz onde as pessoas são racistas, machistas ou acham que são superiores porque escolheram determinada religião. O preconceito é inimigo da “cultura de paz”.
> Como podemos difundir de forma coerente a paz neste vasto campo de transformação mental, intelectual e filosófica?
Filosofias, arte, literatura, técnicas de meditação… ajudam a modificar e elevar a mente.
> A cultura e a educação libertam ou aprisionam os indivíduos?
Libertam. Sem dúvidas. A cultura permite apreciar os trabalhos artísticos culturais de outros povos, permite entender outros pontos de vista, incentiva a compreensão e a valorização do ser humano. O costume de viver olhando o próprio umbigo vai mudando com a cultura, com a educação, e as pessoas percebem que o mundo apresenta opções, que cada ser humano é um ser único e tem direito a realizar suas próprias escolhas.
> Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância na difusão do despertar da humanidade.
O espaço digital (redes sociais, blogues, sites, portais, etc.) pode ser um ótimo veículo de divulgação das ações em prol da humanidade. Focando as ações positivas de pessoas e instituições.
> Qual mensagem você deixa para a humanidade?
Deixo um poema de minha autoria:
Além das trevas
A poesia que está oculta
no âmago da rosa
ao tocar a nossa alma
desarma letais armas
(ódio, vingança, rancor)
porque a beleza comove
e suavemente remove
as trevas do coração.
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