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Conflitos Sociais

Dhiogo José Caetano

dhiogocaetano@hotmail.com

Série Opinando e Transformando - Episódio 125

Geraldo José Sant´Anna - Respeito ao outro e a si mesmo

Escritor fala sobre cultura de paz, educação e espaço digital

Pelo Brasil  –  18/06/2022 11:41

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(Foto: Divulgação)

“A paz é uma conexão profunda com o todo”

 

 

Geraldo José Sant´Anna é o 125º convidado na série de entrevistas “Opinando e Transformando”. Objetivo é formar um mosaico com o que cada um pensa desse universo multifacetado. Uma oportunidade para os internautas conhecerem um pouco mais sobre os profissionais que, de alguma forma, vivem para a arte/cultura.

> Nome: Geraldo José Sant´Anna
> Breve biografia: Formado em matemática e pedagogia, especialista em psicologia multifocal. Especialista em supervisão escolar. Especialista em educação, diversidade e inclusão social. Especialista em investigação criminal e psicologia forense. Mestre em educação. Integrante da União Brasileira de Escritores, da Associação Internacional de Escritores e Artistas (Literarte), da Academia de Letras e Artes de Fortaleza, da Academia de Letras de Goiás Velho, da Academia de Artes de Cabo Frio, da Academia de Artes Buziana, da Académie Française des Arts Lettres et Culture e da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes do Rio de Janeiro, Cadeira de Grande Honra, n.º 15, patrono D. Pedro I. Comendador - título outorgado pela Febacla. Doutor honoris causa pela Associação de Desenho e Artes Visuais do Rio de Janeiro. Autor de vários livros, dentre eles, “Jardim das Almas” (Literarte), além de participação em mais de uma centena de antologias. Vários prêmios literários. 

Confira a entrevista com Geraldo José Sant´Anna

> Em sua opinião, o que é cultura de paz? 

Cultura de paz é a consolidação do entendimento e práticas que se enraízam no autoconhecimento e valores humanitários. A paz é produto da minha interação comigo mesmo e com o planeta. Não posso pensar em mim como um recorte existencial alheio à humanidade e não posso conceber a humanidade sem que eu acolha pessoas, gente de toda parte, culturas, religiões, saberes, manifestações e o próprio meio ambiente. Não é possível visualizar a paz com a devastação de florestas, extinção de espécies, poluição de rios e mares, desaparecimento de nascentes... A paz é uma conexão profunda com o todo.

> Como podemos difundir de forma coerente a paz neste vasto campo de transformação mental, intelectual e filosófica? 

Hoje se fala muito em hard skills e soft skills. Creio que seja uma primeira semente que eclode. Importante a percepção de que, além das competências profissionais técnicas, se faz imperioso zelar pelas competências socioemocionais, pois são elas que nos propulsionam ao autoconhecimento, autogestão, autocontrole emocional, relações interpessoais empáticas, dentre outras. É um outro olhar para mim mesmo e me reposicionar perante a humanidade. O modelo do Big Five, estudado desde 1936, se mostra, plenamente, atual, definindo fatores globais de personalidade. Dentro desse estudo, vamos encontrar outros que ampliam e permitem saber mais sobre nós mesmos e os outros.
A pandemia (novo coronavírus/Covid-19) trouxe o isolamento social, produzindo experiências de depressão, ansiedade, luto, incertezas, inseguranças e, muitas vezes, a percepção do descontrole daquilo que, anteriormente, transparecia estável. Para muitos, essa vivência gerou um sentimento maior de impassibilidade, mais individualista, de maneira a demonstrar maior dificuldade no desenvolvimento de atividades em equipe, em dialogar, em suavizar conflitos; enquanto outras demonstraram outros aprendizados. De qualquer forma, existe a clareza de que somos seres sociais, interdependentes, e que as relações sociais constituem o alicerce da sociedade que vivemos. Uma necessidade tão básica quanto se alimentar, hidratar, se cuidar, se proteger.
Entendo que estamos em profundo processo de mudança de mentalidade, de modelos de relacionamento, comunicação e informação.  

> Como você descreve a cultura de paz e sua influência ao longo da formação da sociedade brasileira/humanidade? 

Não somos fruto de uma cultura de paz e ainda se impõe um ativo trabalho para que essa cultura se estabeleça, podemos nos referir ao desrespeito profundo aos povos indígenas, ao desumano sistema escravizador, a imposição de uma cultura ou religião sobre a outra, o preconceito e a discriminação.
Obviamente, isso ocorreu no Brasil e, historicamente, desde os primórdios da humanidade. Embora, possamos reconhecer e valorizar todo desenvolvimento tecnológico alcançado e as possibilidades de navegação de sondas espaciais, encontramos um paradoxo incrível: buscamos a existência de vida em persistente exploração espacial e olvidamos a extinção de espécies em nosso planeta. Não nos colocamos contrários à pesquisa e ao avanço tecnológico, mas se impõe, com relevância, o cuidado ambiental e humanitário de onde habitamos. Em boa medida, é preciso que compreendamos a importância de harmonizarmos os aspectos racionais, emocionais e transcendentais da criatura humana.  

> A cultura e a educação libertam ou aprisionam os indivíduos? 

Trata-se de uma pergunta profunda e inteligente. A educação e cultura podem ser impostas, cuidadosamente modeladas para que se veja o mundo a partir de determinadas perspectivas, valores, crenças, padrões que podem vir a limitar ou permitir o cultivo de um desassossego, de uma insatisfação permanente e insaciável curiosidade em aprender, em buscar e construir, pessoal, social e emocionalmente.

> Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância na difusão do despertar da humanidade. 

O ciberespaço ocupa hoje posição inquestionável e de relevância irreversível. Como toda forma de comunicação, tudo depende da intencionalidade e do uso ético dessas ferramentas. 

> Qual mensagem você deixa para a humanidade? 

O conhecimento ainda se edifica a partir dos saberes e vivências. É preciso, com certa periodicidade, olhar em retrospectiva para o que a humanidade já experienciou. Temos momentos históricos notáveis e outros tantos que deveríamos ter aprendido a não reviver. Por isso, se faz diferencial atentar-se a determinados paradigmas. É preciso exercitar o respeito ao outro e a si mesmo. De nada vale acreditarmos que o mundo será melhor, se não nos movermos para isso. 

> Clique e confira todas as entrevistas da série sobre Cultura "Opinando e Transformando"      

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Por Dhiogo José Caetano  –  dhiogocaetano@hotmail.com

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