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RH

Só Vai Piorar

Saúde de Volta Redonda já chegou ao caos

Não existem especialistas, porque pagam salários de fome aos profissionais; ninguém quer trabalhar na prefeitura

Ranço  –  06/05/2013 10:45

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(Foto Ilustrativa)

Não falta dinheiro; falta gestão competente;

falta priorizar a saúde; falta modernidade;

falta vontade política

 

Sérgio Boechat

Segundo o coordenador do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro), Olavo Marassi, "a saúde de Volta Redonda caminha para o caos". A declaração foi publicada em reportagem do jornal "Folha do Aço". Eu tenho certeza de que já chegou lá. E não é por falta de dinheiro. Falta uma gestão competente. Falta priorizar a saúde. Falta modernidade. Falta vontade política. Não existem especialistas, porque a prefeitura paga salários de fome. Ninguém quer trabalhar na prefeitura. De nada adianta realizar concursos públicos ou colocar anúncios nas rádios. Nada funciona em Volta Redonda. Os dois hospitais são pessimamente administrados. A UPA (Unidade de Pronto Atendimento), para variar, não tem médicos e as demais unidades de saúde só existem nas estatísticas da SMS (Secretaria Municipal de Saúde). Por tudo isso, a saúde está um caos total e só vai piorar! 

De acordo com o coordenador do Cremerj, na reportagem do "Folha do Aço", "uma das principais queixas é que o governo municipal insiste em oferecer aos profissionais a remuneração do RPA (Recibo de Pagamento a Autônomo). Ou seja, o médico é contratado sem nenhuma garantia dos direitos trabalhistas". A melhor saída seria discutir, com a categoria e com o Cremerj um PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) para a saúde, com salários decentes, perspectivas de crescimento profissional, gratificações compatíveis com a responsabilidade do cargo e assegurados todos os direitos trabalhistas. O problema maior é que o governo não quer nem ouvir falar em PCCS, preferindo optar pelo RPA, porque ele paga o que quer, para quem ele quer e sem concurso público, só que o RPA jamais irá resolver os problemas estruturais da saúde pública municipal. 

Policlínica que funciona no estádio virou motivo de piada 

O que o governo do prefeito Antônio Francisco Neto (PMDB) precisa entender é que a prioridade é o atendimento da população que não tem plano de saúde. O primeiro escalão do governo quando precisa de assistência médica corre para a rede particular e por isso mesmo não se preocupa com rede pública. A Policlínica que funciona no estádio virou motivo de piada. No programa "Fato Popular", que mostra a verdade, sem se preocupar em agradar ao governo, foi denunciado um fato singular, que demonstra muito bem o caos em que está mergulhado o Sistema de Saúde Pública de Volta Redonda. Uma senhora marcou um médico para o marido, chegou no dia e na hora certos e foi informada de que a consulta tinha sido cancelada e que tinham deixado um recado com a mãe dela em sua residência e que ela deve ter se esquecido de dar o recado. Pasmem, a mãe dela morreu há exatos 24 anos! Acho que não precisamos falar mais nada! O caos já chegou! 

O artigo 196, da Constituição da República, deveria ser lido em todas as reuniões do secretariado para que todos os assessores, secretários e o próprio prefeito o decorassem, porque é o mínimo que se espera de um governante: "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação". É tudo o que governo municipal não faz! 

É muita irresponsabilidade para um prefeito só 

Segundo denúncias publicadas na reportagem, "adultos com tuberculose multirresistente estariam internados em isolamento pediátrico. Pais e responsáveis por crianças internadas no setor de isolamento pediátrico do HR (Hospital do Retiro) estão em estado de alerta. É que segundo informações, dois adultos contaminados com tuberculose multirresistente estariam internados na mesma ala. Para piorar, uma profissional da área de enfermagem seria a responsável por cuidar dos pacientes dos dois setores. Ela cuida dos adultos e depois das crianças diariamente. Logicamente que lavas as mãos e usa máscara, mas é uma doença que não pode ficar perto de criança nem em pensamento", destacou uma funcionária do HR. É muita irresponsabilidade para um prefeito só! 

A reportagem do "Folha do Aço" apurou que para ir ao banheiro, por exemplo, o paciente tuberculoso atravessa toda a ala pediátrica, aumentando o risco de contaminação. "Os pacientes com a doença, que é resistente ao tratamento, estariam internados no local há cerca de 20 dias", revelou a fonte. A ala pediátrica do Hospital do Retiro conta com cerca de oito leitos, e dois leitos de isolamento, onde crianças deveriam ocupar em casos de doenças infectocontagiosas, como meningite e catapora. "Não se deve misturar clínica médica com pediatria. Pior ainda é que estão mantendo adulto com doença multirresistente em isolamento infantil", destacou a mesma fonte. "É inacreditável e inimaginável". O caos já está instalado!

> Leia mais em "Política Sem Meias Verdades"

Por Redação do OLHO VIVO  –  contato@olhovivoca.com.br

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