Publicada: 27/09/2017 (12:07:06) . Atualizada: 12/10/2017 (12:24:35)
(Foto: Divulgação)
Temporada: Dias 1º, 8, 22 e 29 de outubro, com sessões sempre às 19h, no Parque da Cidade
O “Nasce uma cidade - Operação cascas” é um ato de resistência no local que funcionava o 1º BIB (Batalhão de Infantaria Blindada) de Barra Mansa, espaço de repressão e tortura nos anos da ditadura militar. O espetáculo dividido em dois atos tem como referência o texto “Cascas”, do filósofo, historiador, crítico de arte e professor Didi Huberman. O autor reflete sobre espaços em que a cultura se sobrepõe à barbárie. A estreia será em 1º de outubro, às 19h, no Tulhas do Café - Parque da Cidade, e a peça cumpre curta temporada: dias 8, 22 e 29, no mesmo horário. Os ingressos custam R$ 10.
Segundo os realizadores do espetáculo, além de discutir as violações dos direitos humanos e o direito à memória com um recorte histórico e espacial específico, fazem paralelos com outros acontecimentos históricos igualmente trágicos que merecem ser lembrados, para que não se repitam. “Resistir e construir novos horizontes, ver com outros olhos e refletir, aí está a contribuição do autor em imagem e conceito”, destacam, no material de divulgação do “Nasce uma cidade - Operação cascas”.
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Em "O chão", primeiro episódio da trilogia "Operação cascas", o Núcleo à Margem revela memórias não ouvidas, imagens não vistas, episódios não escritos sobre a identidade de Barra Mansa e da região, focando em um trecho bem específico da história que o projeto Nasce Uma Cidade não abordou em outros anos: a repressão de Estado e a grave violação aos direitos humanos. Buscando uma conexão global, a obra se apropria de episódios como o Holocausto, a Operação Condor e a Revolução dos Cravos portuguesa para ampliar a percepção do contexto dos acontecimentos históricos locais. A "Operação cascas - O chão" é o lugar. O solo. A terra. O chão de fábrica. O sujeito-caminho. A transformação.
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A pesquisa dramatúrgica da “Operação cascas” vem dos relatos de memórias e dos acontecimentos históricos que marcaram o espaço de ocupação, o Tulhas do Café, no Parque da Cidade, em Barra Mansa, local que abrigou o antigo 1º BIB. “Nossa atuAção é defender que se preservem essas memórias ‘para que não se esqueça; para que não se repita!’, e ao mesmo tempo em que se possa contar por meio dessa história a luta, o trabalho e as estéticas que vêm compondo cidades ao nosso redor, com os seus cotidianos”, explica o Núcleo À Margem.
A metodologia de pesquisa do “Nasce uma cidade - Operação cascas” é site specific. Isso quer dizer que o trabalho parte da investigação de um território geográfico, suas vivências, memórias e significações para construir uma narrativa. “Nosso processo se desdobra tendo o espaço hoje conhecido como Parque da Cidade, em Barra Mansa, e sua história, em especial no que se refere às graves violações dos direitos humanos ali ocorridos. Antes e durante a ditadura civil-militar no Brasil”, detalham os realizadores do espetáculo.
Sala Preta
Desde 2010, o Sala Preta dedica parte do seu trabalho à ocupação, conservação e organização da Sala de Espetáculos Tulhas do Café, no Parque da Cidade. Nesse local funcionava o 1º BIB (Batalhão de Infantaria Blindada) de Barra Mansa, espaço de repressão e tortura nos anos da ditadura militar.
Este ano, o projeto “Nasce uma cidade - Operação cascas” tem o espaço do Parque da Cidade como território de investigação e memória. O Sala Preta enfatiza que “o Tulhas do Café é parte importante da composição do nosso trabalho”. Além de espaço de ensaio, treinamento e criação, algumas das cenas do espetáculo, performances e debates acontecerão dentro do Tulhas.
Núcleo à Margem
O Núcleo à Margem é um grupo de pesquisa, experimentações corporais e performáticas em arte política, teatro e dramaturgia. Atualmente dedica-se à construção e produção do “Nasce uma cidade - Operação cascas”. Desde abril deste ano, o grupo se propôs a debruçar-se sobre a memória, história e os fatos relacionados à instituição e apagamento do 1º BIB, consolidando como uma forte liderança na continuidade da pesquisa do Nasce uma Cidade, por se afinar com a linguagem do marginalizado, do oprimido, além de seguir investindo na construção de novas narrativas sobre a cidade, o seu entorno e sua memória.
Nascido como grupo no curso Dramaturgia em Processo, do Coletivo Teatral Sala Preta 2015, com a montagem do espetáculo “A margem (que) te beira”, sendo a pesquisa concentrada na Beira Rio barramansense, dialogando com a tragédia ocorrida em Mariana (MG), em especial no canto “O choro de Mariana”.
Quem é quem no espetáculo
. Coordenação geral, dramaturgia e direção de cena: Rafael Crooz
. Dramaturgia coletiva: Núcleo À Margem
. Orientação de pesquisa histórica: Alejandra Estevez
. Núcleo À Margem: Albinno Oliveira Grecco, Carla Marques, Erick Soares, Fabrício Junior, Gabriela Alm, Jessica Kelly, Melissa Dias, Paula Amaral e Rafael Crooz
. Elenco: Agnaldo Andrade Junior, Albinno Oliveira Grecco, Anna Moura, Carla Marques, Beto de Carvalho, Carol Cupertino, Erick Soares, Fabrício Junior, Fausto Encina, Gabriela Alm, Guilherme Viga, Iago Ribeiro, Jessica Kelly, Jhulia Leão, João Vidal, Layna Flor, Luis Henrique Neves, Melissa Dias, Paula Amaral, Paul Vargas, Paulo Ricardo Moreira, Pedro Ernesto, Pedro Mário David
. Laboratório prático estético: Alexandre Pinheiro, Isabel Carneiro, Viviane Saar, Lara
. Preparação de atores: Davi Cunha
. Audiovisual: Alexandre Pinheiro
. Produção: Cris Ribeiro, Núcleo À Margem
. Fotos: Luisa Ritter, Gabs Ramos
. Arte impressa: Gabs Ramos
. Comunicação: Luisa Ritter
. Instalação artística: Thamyrys Lisboa, Isabel Carneiro, Viviane Saar
. Parcerias: Centro de Memória Genival da Silva, ECFA, Instituto Cultural Clécio Penedo, Pino Haus, Coletivo 9 de Novembro, Fundação Cultura Barra Mansa
. Agradecimentos: Bianco Marques, Cleston Teixeira, Eminny Ghazzaoui, Danilo Nardelli, Ana Paula Poll, Vicente Melo, Bernardo Maurício, Lincoln Botelho, Jorge Gonzaga, Luiz Felipe (Tatu), João Bosco
. Apoio: Darc Tintas
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Fique de Olho
> Nasce uma cidade - Operação cascas - Dias 1, 8, 22 e 29 de outubro (domingos). Local: Tulhas do Café (Parque da Cidade), Barra Mansa. Horário: 19h. Entrada: R$ 10. Classificação: 18 anos (menores de idade apenas acompanhados dos responsáveis). Clique e confira mais informações a respeito do projeto. Confirme presença no evento.