(Foto: Divulgação)
Adriana Esteves arrasou como a vilã Sandrinha, na novela de Silvio de Abreu na Rede Globo
Forte, verdadeira, emocionante. Esse era o slogan de lançamento de uma novela que chocou os telespectadores mais conservadores. O ano era 1998 e para substituir o grande sucesso "Por amor", de Manoel Carlos, Silvio de Abreu escreveu "Torre de babel", que estreou em 25 de maio e ficou no ar até 15 de janeiro de 1999. O projeto dava continuidade à linha que adotara em sua novela anterior, "A próxima vítima" (1995). O humor - sua principal marca registrada - saía do primeiro plano para servir como tempero de uma trama policial com personagens ambíguos, gravitando em torno de um grande mistério a ser desvendado no fim.
São Paulo. Anos 70. José Clementino (Tony Ramos) arranja emprego como pedreiro na construção de um suntuoso shopping center realizada pela construtora do engenheiro César Toledo (Tarcísio Meira). Durante a festa pra comemorar a colocação da última laje da obra, a mulher de Clementino flerta com vários homens. A certa altura, quando dá pela falta da mulher, o pedreiro sai à sua procura e a encontra em um canto afastado da construção tendo relações com dois homens. Tomado pela fúria, Clementino mata a mulher e um dos homens a golpes de pá. Chocado com a violência do empregado, o empresário chama a polícia. Mais tarde, depõe contra ele no julgamento. O seu testemunho é decisivo para a condenação do pedreiro.
Vinte anos se passam
O tempo em que esteve exposto à dura realidade do sistema penitenciário fez de Clementino um homem ainda mais amargurado. Embora tente reconstruir sua vida, está obcecado pelo desejo de se vingar de César Toledo, que considera ter sido o grande responsável pela sua condenação.
Por meio do personagem de Tony Ramos, o autor aproveitou para falar da dificuldade que os ex-presidiários encontram quando tentam retornar ao mercado de trabalho e de como a escassez de oportunidades e o preconceito social contribuem para que muitos voltem ao crime.
A novela enfrentou grande rejeição do público com excessivas cenas de violência e outros temas polêmicos, como lesbianismo, drogas, prostituição. O telespectador torceu o nariz, fazendo com que o novelista reformulasse toda a trama. Criou-se uma expectativa em torno da explosão do shopping que se tornou uma cena antológica na teledramaturgia brasileira. Durante a explosão, saíram da novela Guilherme (Marcello Antony), Rafaela (Christiane Torloni) e Leila (Silvia Pfeiffer). Outra mudança foi o perfil do protagonista. Clementino tornou-se um homem menos rancoroso e carinhoso ao lado de Clara (Maitê Proença).
Enredo foi alterado para melhorar audiência
Com as alterações no enredo, ganharam projeção os personagens Bina (Claudia Jimenez), Edmundo Falcão (Victor Fasano), Boneca (Ernani Moraes), Gustinho (Oscar Magrini), Shirley (Karina Barum) e Luzineide (Eliane Costa), que só abriu a boca no último capítulo, quando esta revelou o verdadeiro culpado pela explosão do shopping. E, claro, ele, o Jamanta (Cacá Carvalho).
Destaque também para a cenografia, incluindo o próprio shopping. Adriana Esteves e Claudia Raia arrasaram interpretando as vilãs Sandrinha e Ângela. A abertura mostrava imagens da Torre de Babel bíblica se transformando no Tropical Towers Shopping. O tema original era instrumental e dramático. A canção-tema foi substituída pela música "Pra você", antigo sucesso de Sílvio César, interpretado por Gal Costa.
Uma novela bombástica e impactante. Abraços, galera.
> Fontes: Wikipedia, Memória Globo