Publicidade

RH

O Início de um Novo Tempo

"Saramandaia" chegou ao fim entre altos e baixos

Remake teve um importante papel: o "não" ao preconceito e um "viva" às diferenças

Televisão  –  30/09/2013 11:54

1767

(Fotos: Divulgação)

Excelentes atores, bom texto, ótimos efeitos, crítica

competente; enfim, todos esses requisitos não

deixarão saudade para alguns 

 

Olá, galera. Na sexta-feira, 27, chegou ao fim mais um remake produzido pela Rede Globo. A adaptação da clássica obra de Dias Gomes exibida em 1976. Reescrita por Ricardo Linhares e com direção de Denise Saraceni e Fabrício Mamberti, "Saramandaia" fechou seu ciclo em meio a erros e acertos, incluindo o divertido linguajar "saramandista" na lista de boas surpresas, lembrando o vocabulário do clássico Odorico Paraguaçu (de "O Bem Amado", do mesmo Dias Gomes).

Apesar dos tropeços, a novela encerrou com uma imagem positiva, embora tenha se perdido no desenvolvimento nos primeiros meses. Entretanto, conseguiu (ainda que tardiamente) amenizar seus equívocos e saiu de cena com sensação de dever cumprido. 

Um pouco de leveza ao horário das 23h 

O folhetim também levou leveza ao horário das 23h, que nos últimos anos exibiu tramas mais picantes como "Gabriela" e "O Astro". O público, no entanto, parece ter sentido a diferença e não foi tão fiel. Das três histórias, "Saramandaia" teve a média de audiência mais baixa. O autor ressalta o fraco desempenho devido ao horário que passava a trama.

Excelentes atores, bom texto, ótimos efeitos (como a tão aguardada explosão de Dona Redonda), crítica competente, enfim, todos esses requisitos não deixarão saudade para alguns, mas "Saramandaia" teve um importante papel: o "não" ao preconceito e um "viva" às diferenças. Corrupção, bullying, homossexualidade, a propagação das redes sociais foram os pontos altos da nova versão. 

Realismo fantástico foi deixado de lado 

O realismo fantástico, um dos grandes atrativos do remake, foi deixado de lado e o autor parecia que estava "poupando" as esquisitices dos personagens para somente explorá-las mais para o fim do folhetim. Ricardo preferiu focar primeiramente na guerra das famílias Rosado e Vilar e no romance proibido de Zico e Vitória (José Mayer e Lília Cabral). O resultado foi desinteressante.

Destaque para os atores Fernanda Montenegro, Tarcísio Meira, Vera Holtz, Ana Beatriz Nogueira, Matheus Natchergaele, Aracy Balabanian, Débora Bloch, Marcos Palmeira. Os novatos Sérgio Guizé, Fernando Belo, Chandelly Braz, Laura Neiva, Pedro Tergolina, apesar das críticas, cumpriram bem seus papeis. Leandra Leal, Gabriel Braga Nunes, Lívia de Bueno, Georgiana Góes, André Bankoff, Marcos Pasquim, Ângela Figueiredo, Zéu Britto, Thais Melchior defenderam bem seus personagens. A excelente Renata Sorrah foi completamente desperdiçada na trama. 

Uma homenagem a Dias Gomes 

Outra alteração em relação à obra original foi o nascimento dos bebês alados de Zélia (Leandra Leal) e Lua (Fernando Belo), assim como o de Marcina (Chandelly Braz) e Gibão (Sergio Guizé). O final foi uma homenagem a Dias Gomes e aos antigos diretores. No lugar do tradicional "Fim", foi colocada a frase "início de um novo tempo" como sugere o título da novela.

Para 2014, a Globo planeja seu próximo remake das 23h. Entre os projetos já cogitados estão "Tieta", "O rebu", "O Semideus", "Pantanal" e "Xica da Silva". As duas últimas foram produzidas pela extinta TV Manchete. 

Merecedente e juramentada produção. Abraços, galera. 

> Fontes: Zero Hora e Purepeople 

Personagem do Dia

2 

Rachel (Irene Ravache) em "Sol de verão" (1982/83)

Por Albinno Oliveira Grecco  –  albinnooliveira@hotmail.com

Seja o primeiro a comentar

×

×

×