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O Carnaval na TV

A maior festa do mundo aos olhos dos telespectadores

Vários autores fizeram questão de marcar suas tramas com uma passagem pelo reinado de Momo

Televisão  –  03/03/2014 14:05

Olá, galera. Todos sabem que o Carnaval é uma festa que contagia e mobiliza a todos, além de conquistar o mundo por meio da irreverência e alto astral. As novelas também não ficam atrás e sempre conseguem um jeito de homenagear esse acontecimento, seja numa cena vivenciando a festa ou, até mesmo, fazendo alusão ao Carnaval. Como um bom noveleiro não poderia deixar passar esta data em branco. Vários autores fizeram questão de marcar suas tramas com uma passagem pelo Carnaval. A coluna relembra algumas que ficaram na memória do telespectador. 

Das mais antigas até os dias de hoje... 

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(Fotos: Reprodução/Internet)

Paulo Gracindo e Marília Pera marcaram época na telenovela brasileira em "Bandeira 2"

> "Bandeira 2" (1972) - Exibida pela Rede Globo às 22h, Dias Gomes construiu uma cena antológica na trama. "Como na ditadura militar contraventor não podia ficar impune em novela, então o personagem Tucão (Paulo Gracindo), morreu na quadra da Imperatriz Leopoldinense no último capítulo", lembra Mauro Alencar, consultor da Globo e autor do livro "A Hollywood brasileira". A comoção foi tanta que, no dia seguinte, um jornal carioca da esquerda radical, "Luta Democrática", estampou em letras garrafais a manchete: "Morreu Tucão!"

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Betty Faria nterpretava a porta-bandeira Jussara e musa do bicheiro Célio Cruz (Raul Cortez)

> "Partido alto" (1984) - O folhetim tinha como mote o próprio festejo popular. Tinha até uma escola de samba fictícia, a Acadêmicos do Encantado. A novela já começava com um samba na abertura: "Enredo do meu samba" na voz de Sandra de Sá, ainda chamada de Sandra Sá. Mas o samba não era o único tema abordado na novela, além do jogo do bicho, a trama também falou do funk carioca, febre que se iniciava naquela época. Foi escrita por Aguinaldo Silva e Glória Perez. Betty Faria interpretava a porta-bandeira Jussara e musa do bicheiro Célio Cruz (Raul Cortez numa interpretação magistral).

> "Sassaricando" (1987/88) - Escrita por Silvio de Abreu. Não teve nada referente ao Carnaval, a não ser uma abertura bem ao estilo, com uma música que na verdade era uma marchinha regravada na voz de Rita Lee e imortalizada pela saudosa vedete Virgínia Lane.

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Porta-bandeira Tuquinha Batista, a atriz Maria Ceiça, é assassinada pelo diretor da escola

> "Felicidade" (1991/92) - Escrita por Manoel Carlos, também teve o Carnaval como um dos contos de Aníbal Machado que inspirou o autor a escrever a novela. Na trama, a porta-bandeira Tuquinha Batista, vivida pela atriz Maria Ceiça, é assassinada pelo próprio diretor da escola de samba que acreditava que ela o traía com o mestre-sala. Uma cena marcante e emocionante.

> "Quem é você?" (1996) - Um mistério envolvendo um baile de máscaras na década de 1970 em Veneza foi a espinha dorsal da novela. Tinha no elenco Elizabeth Savalla, Alexandre Borges, Cássia Kis Magro e Luiza Tomé como protagonistas e a alusão ao Carnaval começava a partir da abertura mostrando um baile de máscaras ao som de "Noites dos mascarados", na voz do saudoso Emílio Santiago. Escrita por Solange Castro Neves após a morte da autora titular Ivani Ribeiro.

> "Chiquinha Gonzaga" (1999) - Protagonizada por Regina Duarte e Gabriela Duarte, a minissérie mostrou a vida da compositora que escandalizou a sociedade carioca com seus ideais libertários e com a popularização do samba como música genuinamente brasileira. A história de sucesso também era repleta de marchinhas do Carnaval, logo em sua essência.

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Juliana Alves em "Duas caras", novela de Aguinaldo Silva que mostrou os bastidores da folia

> "Senhora do destino" (2004/2005) e "Duas caras" (2007/2008) - Aguinaldo Silva escreveu as duas tramas e mostrou os bastidores do Carnaval carioca misturando ficção e realidade. 

Duas grandes matrizes da cultura brasileira, telenovela e Carnaval, fazem o papel de fio condutor sobre memória e televisão. Tanto a telenovela quanto o Carnaval podem ser considerados um "evento midiático popular" (popular media event) que, entre outras coisas, imprime características de ritual favorecendo a integração das sociedades. São, portanto, duas representações culturais e simbólicas que fazem parte da memória coletiva nacional que deve ser sempre alimentada. 

Vamos aproveitar. Bom, Carnaval. Abraços, galera. 

> Fontes: O mundo das novelas; Greco, Clarice; Prezia Lemos, Lígia Maria; Bernardazzi, Rafaela. Representações culturais no Brasil: Telenovela, Carnaval e memória. USP, 2013.

Por Albinno Oliveira Grecco  –  albinnooliveira@hotmail.com

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