(Foto: Divulgação)
Adriana Esteves e Débora Falabella
deram um show a cada capítulo
Em 1989, o Brasil parou para assistir ao último capítulo de “Vale tudo”, um megassucesso. Anos depois foi a vez de “Avenida Brasil”, considerada a novela mais comentada e assistida dos últimos tempos, tornando-se uma campeã de audiência e verdadeiro fenômeno nas ruas e redes sociais. A trama chegou ao fim ontem à noite, 19, mas certamente entrará para a história da teledramaturgia. Uma apoteose.
A trama muito bem urdida de “Avenida Brasil” deu possibilidades a todos os integrantes do elenco e conseguiu prender a atenção do público, ainda que sérios deslizes nas situações tramadas por João Emanuel Carneiro tenham comprometido a narrativa. Foi o caso da vingança de Nina, que revelou algumas falhas no decorrer da novela.
Tema obrigatório nas conversas
Em seus últimos dias no ar, a criação de João Emanuel Carneiro virou tema obrigatório nas conversas até mesmo das poucas pessoas que não acompanham a trama. Compromissos eram marcados para depois da exibição do capítulo e até os motoristas de táxi acompanham a trama no próprio carro.
A vingança de Nina (Débora Falabella) contra a vilã Carminha (Adriana Esteves) constitui o elo condutor da trama, mas são os novos ricos, com seus exageros e sua espontaneidade, que foram a base e atração maior, recheados por tipos barulhentos, sem modos, porém, trabalhadores alegres e solidários. Assim são as personagens de “Avenida Brasil”, espelho dos milhões de brasileiros que saíram da pobreza e que claramente aprovaram sua caracterização nessa obra de ficção que levou diariamente 38 milhões de pessoas para frente da TV, popularizando a classe C. Certamente um dos pontos altos da novela.
Direção impecável
Carneiro merece todos os aplausos, desde o início da trama angariou uma legião de fãs que acostumaram a ver uma trama ágil, personagens dúbios e ganchos que surpreenderam a cada capítulo. Sem sombra de dúvida, a direção foi a maior responsável pelo espetáculo que se viu na tela nos últimos meses, ao orquestrar, de modo perfeito, o roteiro eficiente do autor, a produção impecável, e o talento do elenco reunido nessa produção.
Menções honrosas para Vera Holtz, Marcello Novaes, José de Abreu, Eliane Giardini, Marcos Caruso, que propiciaram ótimos momentos, e aplausos para as coadjuvantes que muitas vezes ocupavam o posto de protagonistas, como Claudia Missura (Janaína) e Cacau Protasio (Zezé), que souberam usar o humor na medida certa entre as cenas. E as brilhantes atuações de Adriana Esteves e Débora Falabella, que deram um show a cada capítulo.
Entre choros e despedidas, eu fico por aqui aguardando a nova saga de Glória Perez. “Salve Jorge”, galera!