(Fotos: Divulgação)
Tony Ramos (Abel) e Jardel Filho
(Heitor, um mecânico boêmio e bonachão)
Olá, amigos. Bom, para os saudosistas de plantão, a coluna faz uma homenagem à novela “Sol de verão”, que completa este mês 30 anos. Escrita pelo querido Manoel Carlos, autor de sucessos como “Baila comigo”, “Por amor”, “Mulheres apaixonadas”, “Viver a vida”, a trama foi exibida pela Rede Globo de 11 de outubro de 1982 a 19 de março de 1983 com 137 capítulos e dirigida pelo trio Roberto Talma, Jorge Fernando e Guel Arraes.
A novela relata o drama de Rachel (Irene Ravache em sua estreia na Globo), uma mulher que acaba de sair de um casamento infeliz com Virgílio (Cecil Thiré). Rumo ao Rio de Janeiro, ao lado da mãe Laura (Beatriz Segall) e da filha Clara (Débora Bloch, uma adolescente na época), ela se envolve com Heitor (Jardel Filho), um mecânico boêmio e bonachão que nunca havia vivido um compromisso sério. Paralelo a isso, está o surdo-mudo Abel (Tony Ramos), que, em busca de sua mãe, emprega-se na oficina de Heitor.
Veja a abertura da novela:
Sucesso total
Capa do LP com a trilha sonora internacional da novela
Tudo era sucesso em “Sol de verão”. A abertura era colorida, carioca e bronzeada como sugeria o título da novela ao som de “Tô que tô”, interpretada por Simone. As trilhas nacional e internacional eram excelentes com grandes hits dos anos 80, como “Você não soube me amar”, com Blitz; “Tempos modernos”, de Lulu Santos; “Coisas de casal”, do grupo Rádio Táxi; “Baby I need your lovin”, de Carl Carlton; “Save a prayer”, de Duran Duran; e “Hard to say I’m sorry”, do grupo Chicago, além das dançantes “I don’t wanna dance”, de Eddy Grant, e “Situation”, de Yazoo.
Destaque também para a cenografia da novela que construiu em alvenaria, em plena cidade do Rio de Janeiro, todos os ambientes necessários às gravações das cenas externas. A produção construiu no bairro do Flamengo o conjunto composto pelo sobrado de Heitor, o prédio onde mora Rachel e um terreno baldio. Além do sensível trabalho de Tony Ramos como Abel e a duplinha fofa Rogério e Glorinha (interpretados por Oberdan Junior e Monique Curi, que na época eram crianças).
Trama foi encurtada
Irene Ravache (Rachel), em sua estreia na Globo, e Jardel Filho (Heitor)
Mas nada foi tão marcante quanto a repentina morte de Jardel Filho (Heitor), personagem central na trama. O ator foi vítima de um ataque cardíaco em 19 de fevereiro de 1983. Para explicar o sumiço de Heitor, Manoel Carlos inventou uma viagem às pressas. Entretanto, Maneco, amigo de Jardel, ficou abalado e não teve forças para continuar a escrever. Lauro César Muniz assumiu o texto e encurtou a trama, que terminou dois meses antes do previsto.
A novela teve em seu elenco nomes de peso como os saudosos Yara Amaral, Gianfrancesco Guarnieri, Carlos Kroeber, Duse Nacaratti, Izabel Ribeiro, além da estreia de Miguel Falabella e participações dos atores Carla Camuratti, Ísis de Oliveira, Mário Gomes integrando a ala jovem.
Em tempo: Manoel Carlos revelou em entrevistas que “Sol de verão” é uma das novelas preferidas dele. Curiosamente, uma das poucas onde o nome “Helena” (característica comum em suas novelas) não aparece.
Um grande e delicioso sucesso marcando um verão inesquecível.