(Foto: Divulgação)
Autor mais uma vez colocou em cena um protagonista nordestino
fazendo José Alfredo (Alexandre Nero) cair no gosto popular
Olá, galera. Ponto final. "Império" saiu do ar com audiência mediana, entretanto, segue longe de ser um fenômeno novelístico. A saga da família Medeiros terminou com média geral de 32,8 pontos de Ibope (44,2 no último capítulo), o segundo pior da história da faixa das 21h, na frente apenas da fracassada "Em família", que obteve apenas 29,7 pontos de média geral.
Lembro de uma entrevista do Aguinaldo (Silva, autor do folhetim) dizendo que sua próxima trama seria um "novelão" com direito a todos os clichês possíveis. O novelista prometeu e cumpriu (com altíssimas doses!).
O tal "novelão" não aconteceu
O novelista nadou e morreu na praia. Incoerências no texto, desfechos mal-resolvidos, personagens desinteressantes, uma mocinha insossa etc. Nada se salvou. O primeiro grande desfalque foi a saída repentina de Drica Moraes (Cora dos Anjos). Em seu lugar entrou novamente Marjorie Estiano (que vivera a personagem na juventude). Apesar do esforço dessa, a história perdeu o vigor e a grande vilã perdeu destaque.
O autor mais uma vez colocou em cena um protagonista nordestino fazendo José Alfredo cair no gosto popular. Suas manias e esquisitices agradaram ao público que torcia para que o comendador tivesse um final feliz. Vivo ou morto, o abominável homem de preto entrará para a galeria de personagens excêntricos e caricatos.
Artistas tiraram leite de pedra
> Parabenizo aos atores Othon Bastos, Suzy Rêgo, Paulo Betti. O trio foi responsável por ótimas cenas.
> Em especial cito Dani Barros pela sua atuação. A atriz foi um achado e merecia um destaque maior.
> Lília Cabral. Embora tirasse leite de pedra em alguns capítulos, a atriz cumpriu dignamente e maravilhosamente seu papel.
Um folhetim desvairado
O final consideravelmente épico e trágico, mas sem nexo, gerou várias críticas. Aguinaldo Silva optou pela tragédia em detrimento ao "felizes para sempre". Ele tem consciência disso. Tanto que, em entrevista a "O Globo", justificou-se: "Fiz o que queria: um novelão, um folhetim desvairado. Mas isso não teria sido possível se toda a equipe que participou do trabalho não deixasse o pudor e o senso de ridículo de lado e mergulhasse de cabeça no melodrama e no dramalhão".
Em suma: 203 capítulos sem empolgação alguma.
Que venha "Babilônia" com sua trinca de autores e atrizes.
Abraços.
> Fonte: UOL Entretenimento