(Foto: Divulgação)
Flamel (Edson Celulari) e Linda Inês (Giulia Gam),
sua namoradinha de infância e par romântico principal
Olá, galera. A partir desta segunda-feira, 15, o cirurgião plástico dará lugar ao vingativo alquimista nas noites do Viva. "Fera ferida" é a sucessora da trama de Gilberto Braga. Houve certo descontentamento em torno da escolhida no horário cultuado por exibir tramas ainda mais antigas. Muitos telespectadores (eu também!) gostariam que "Cambalacho" ocupasse o lugar das vilanias de Felipe Barreto, porém essa substituirá "Pedra sobre pedra", à tarde, em agosto.
Exibida originalmente em 1993 às 20h e tendo como inspiração as obras de Lima Barreto (1881-1922), "Fera ferida" narra a história de Feliciano Mota da Costa Júnior, ou melhor, Raimundo Flamel. O rapaz retorna a Tubiacanga para vingar a morte dos pais, 15 anos antes. Escrita pelo trio Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn, o folhetim alcançou números consideráveis de audiência.
A certa altura da novela, descobre-se que o misterioso Raimundo é na verdade um alquimista e que transforma ossos humanos em ouro, causando um rebuliço na cidade e aguçando a curiosidade dos poderosos e inimigos mortais do mocinho, dentre eles, Demóstenes Maçaranduba (José Wilker), pai de Linda Inês (Giulia Gam), sua namoradinha de infância e par romântico principal que fica dividida entre o amor de Guilherme Bentes (Rubens Caribé), filho do Major Bentes (Lima Duarte) e o forasteiro. Uma deliciosa trama!
Muitos foram os destaques
Cássia Kis Magro usou e abusou de sua veia cômica com sua Ilka Tibiriçá. Foi um melhores trabalhos da atriz.
O realismo fantástico é a grande atração. A personagem Camila (Claudia Ohana) dorme por meses a fio, o coveiro Orestes (Claudio Marzo) conversa com os mortos como se estivesse numa mesa de bar. O ápice da novela é a cena em que Raimundo transforma Linda em ouro e tudo o que mais toca pela frente. Midas à brasileira!
A deslumbrante abertura é embalada por Maria Bethânia tendo a música-tema homônima composta por Roberto Carlos. As imagens mostram a câmera subindo e descendo montanhas passando por vales e rios como se os telespectadores fossem os olhos da pantera.
Curiosidades
> Estreia de Murilo Benício. O ator teve sua participação valorizada no decorrer da trama com o simpático gago Fabrício.
> A novela iria se chamar "Nova Califórinia", nome de um livro de Lima Barreto, onde foi extraído o personagem Raimundo Flamel.
> Os autores homenagearam Lima Barreto. Otávio Augusto interpretou o poeta Afonso Henriques de Lima Barreto, que é o nome de batismo do escritor.
> Giulia Gam e Edson Celulari já fizeram par romântico em outra novela de sucesso: "Que rei sou eu?" (1989).
> A cidade cenográfica de Tubiacanga foi uma das maiores já construídas. A área tinha 30.000m2 e foi erguida em 45 dias, em Jacarepaguá, no terreno onde hoje fica o Projac.
> A novela teve seu último capítulo exibido num sábado e consequentemente reprisado no domingo. Aguinaldo Silva esticou o folhetim para que pudesse terminar depois da final Copa do Mundo em 1994.
> O cinema fictício de Tubiacanga anunciava a próxima atração: "Pátria minha", de Gilberto Braga, sucessora de "Fera ferida" no horário naquele ano.
> As camisas sem gola usadas pelo protagonista, inspiradas no filme "Lawrence da Arábia" (1962), de David Lean, ganharam as ruas e chegaram a ser batizadas de "camisas Flamel". Usei muitas!
Vale a pena rever! Horários: meia-noite e 13h30.
> Fonte: site Teledramaturgia