(Fotos: Divulgação)
Massacrada: Nanda Costa, que
interpreta a mocinha Morena na trama
Olá, galera. Em minha mais recente coluna abordei sobre a audiência de "Lado a lado", trama das 18h que passou por mudanças em busca de índices satisfatórios. Entretanto, o fantasma do baixo Ibope ronda as novelas das 19h e 21h. Hoje me atentarei a "Salve Jorge", atual carro-chefe no horário nobre. A trama que completou um mês no ar com a pior média dos últimos tempos no horário.
Em suma: Todos sabíamos que a missão não seria das mais triviais. Após o fenômeno de repercussão chamado "Avenida Brasil", a novela "Salve Jorge" ainda vem enfrentando críticas que variam entre argumentos sólidos e construtivos. Na prática, a trama de Glória Perez ainda não engrenou, com uma oscilação gritante (entre 27 e 35 pontos de média, em geral).
Desabafo no Twitter
Profundamente irritada com o peso dos comentários maldosos sobre sua obra, Glória chegou a desabafar no Twitter. "Vão encher o saco do Maneco no próximo Leblon/Helena e do João Emanuel Carneiro nos próximos personagens dúbios duas mulheres/vingança?", postou a autora.
Sobre a ameaça de boicote, Glória Perez quebrou o silêncio e falou pela primeira vez sobre a campanha que o bispo e dono da Record, Edir Macedo, está fazendo contra sua nova novela. Para a escritora, o boicote tem outros interesses que vão além da fé.
"Não vejo protesto de evangélicos, o que vejo são interesses comerciais apelando para o fundamentalismo", afirmou a autora ao jornal “O Globo”.
"Campanha sórdida"
Claudia Raia completa mais uma vilã metida a perua que ela já fez na TV
O que preocupa são as interpretações de alguns atores que, por muitas vezes, trazem para o telespectador a vaga lembrança de personagens em outras tramas. É o caso de Claudia Raia, que completa mais uma vilã metida a perua que ela já fez na TV, e Dira Paes, com o mesmo ar sofrido que vem estampando na telinha. Em relação à protagonista, a novelista saiu em defesa da atriz Nanda Costa, que interpreta a mocinha Morena na trama. "Nunca vi campanha tão sórdida contra uma novela e uma pessoa: desde o caso Adriana Esteves, em Renascer (1993)", disse, em entrevista ao jornal "O Dia". Na época, Adriana Esteves foi massacrada pela crítica ao interpretar uma ninfeta. Após o episódio, a atriz passou por depressão e deu a volta por cima.
Glória Perez: "Não vejo protesto de evangélicos, o que vejo
são interesses comerciais apelando para o fundamentalismo"
"Salve Jorge" é realista, mas não didática. E nem precisa. Está mais para popular do que qualquer outra coisa, e a melhor tradução disso são as cenas no Complexo do Alemão, cheia de personagens que a gente vê pelas ruas, que têm a cara do nosso país.
Muitas surpresas virão. Ainda está no começo.
E na próxima coluna uma matéria sobre "Guerra dos sexos". Abraços.
Fique Por Dentro
Seu nome completo é Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, mas não adianta: todo mundo só fala no tal de Ibope. Fundado em 1942 com um know-how semelhante ao do Instituto Gallup, foi o primeiro do gênero na América Latina. Seu criador, o advogado Auricélio Camargo, era sócio de uma rádio que estava em último lugar na preferência popular. Esperto, abandonou o mau negócio e passou ele mesmo a fazer pesquisas de audiência em vários meios. A primeira medição foi realizada em 1954. Calculou que 16% dos televisores estavam ligados às 18h. Uma hora depois a porcentagem triplicou e, às 21h, esse número subiu para 67,7%. Notou-se aí que a noite trazia não só os pais de família de volta ao lar, como também reunia mais espectadores diante da misteriosa caixinha. Já a expressão “horário nobre” foi batizada pelo jornalista e apresentador Hilton Gomes no fim da década de 50, que no original prime time significa algo como “horário de primeira qualidade”, compreendido entre às 19 e 22h, sendo que cada segundo de comercial veiculado nesse período custa mais caro.
> Fonte: Almanaque da TV
Personagem do Dia
Heloísa (Claudia Abreu) em "Anos rebeldes" (1992)