(Fotos: Divulgação)
O que se vê é uma história antiga que não
combina com os dias de hoje
Olá, galera. Após as análises sobre as novelas “Lado a lado” e “Salve Jorge” (que deu uma guinada na semana passada!), chegou a vez de falar sobre a atual trama das 19h, “Guerra dos sexos”. Em apenas três meses no ar, com baixos índices de audiência, a novela ainda não mostrou um diferencial. Entretanto, o que se vê é uma história antiga que não combina com os dias de hoje. A disputa entre homens e mulheres revela-se um assunto ultrapassado.
Em 1983, a novela de Sílvio de Abreu inovava ao apresentar uma nova linguagem para a teledramaturgia. Uma história dos anos 80, para o público mais novo, costuma ser considerada arrastada, lenta demais. A “culpa” atribuída à nova “Guerra” se deve à falta de agilidade, embora não é novidade nenhuma que as novelas mudaram, tanto ao número de capítulos quanto em ritmo. Soma-se a isso uma profunda “ressaca” dos fãs de “Cheias de charme” que, aparentemente, demonstram uma grande má vontade e preconceito para com “Guerra dos sexos”.
Humor mais refinado
Entre as principais mudanças, está um foco maior no triângulo
formado por Juliana (Mariana Ximenes), Nando (Reynaldo Gianecchini)
e Roberta (Gloria Pires)
A grande questão da nova novela das 19h é o humor um pouco mais refinado, cheio de citações cinematográficas. A direção de Jorge Fernando também parece ainda não ter encontrado o tom exato entre o refinado e o popular, ficando muitos tons acima do necessário.
A fim de decolar na audiência, nos próximos dias a trama sofrerá algumas reviravoltas. Entre as principais mudanças, está um foco maior no triângulo formado por Juliana (Mariana Ximenes), Nando (Reynaldo Gianecchini) e Roberta (Gloria Pires). Da mesma maneira, os espectadores não querem que Carolina (Bianca Bin) apronte com todos e fique impune. Por causa disso, Ulisses (Eriberto Leão) passará a ter mais atitude e desconfiará da ex-namorada. A trama de Fábio (Paulo Rocha) e Manoela (Guilhermina Guinle) também passará por ajustes.
Críticas à parte, a nova versão de “Guerra dos sexos” apresenta pontos positivos. Dentre eles, os quadros de Fernanda Montenegro e Paulo Autran fazendo caretas, a atriz Marilu Bueno (Olívia) revivendo a mesma personagem da versão original, a trilha sonora com algumas regravações, Daniel Boaventura como o impagável Nenê e a abertura mostrando a cena-ícone do café da manhã.
Vamos aguardar os próximos conflitos dessa deliciosa guerra.
Fique por Dentro
Antes de escrever a comédia pastelão “Guerra dos sexos” (1983), Silvio de Abreu havia feito a primeira incursão no gênero com “Jogo da vida” (1981). O novelista ganhou o aval da emissora, após ter substituído eficientemente Cassiano Gabus Mendes em “Plumas e paetês” (1980) por motivos de doença. Em “Jogo da vida”, a comédia foi inserida timidamente aos poucos onde apresentava um dramalhão a partir do argumento de Janete Clair. O sucesso permitiu ao autor voos maiores em seu trabalho seguinte, onde o pastelão já era explícito.
> Fonte: Site Teledramaturgia
Personagem do Dia
Carlos Eduardo da Maia (Fábio Assunção) em “Os Maias” (2001)