(Fotos: Divulgação)
Juliana Paes anda amargando duras críticas devido
à personagem-título: caricata demais
Em minha coluna de estreia ressaltei a renovação de autores, sobretudo ao fenômeno João Emanuel Carneiro em “Avenida Brasil” e a nova safra de autores no mercado. Embora colaboradores e coautores de grandes novelistas na emissora, tais autores estreiam como titulares em suas produções, como Lícia Manzo (“A vida da gente”), Thelma Guedes e Duca Rachid (“Cordel encantado”), Filipe Miguez e Izabel de Oliveira (“Cheias de charme”), entre outros.
Bom, a telinha anda nos presenteando com uma enxurrada de remakes, como “Gabriela”, “Carrossel” (SBT), “Rebeldes” (Record), “Guerra dos sexos” (que estreia em outubro) e futuramente “Saramandaia”, ocupando o horário das 23h em 2013. Entretanto, uma pergunta paira no ar. O que os telespectadores pensam dos remakes? Antes de tudo, deixemos claro que o termo remake em sua tradução literal significa refazer. É a produção de uma obra já conhecida do público com ajustes modernos e tecnológicos. Quando se faz um remake, não quer dizer que tudo tenha de ser exatamente como o original, segundo os profissionais de ficção na TV e no cinema. É comum a troca de nome dos personagens, de ambientação das tramas, em comparação de uma versão com outra. No contexto dramatúrgico, denominamos de “regravações atualizadas”.
Longe da unanimidade
As opiniões são diversas. Alguns defensores têm suas justificativas. Os remakes podem ser uma arma valiosa, tanto para preencher a grade de dramaturgia da emissora como para elevar a qualidade das tramas. O aumento da demanda por folhetins e o questionamento da qualidade por espectadores cansados da repetição de fórmulas são inimigos internos que as emissoras precisam enfrentar.
Atualmente no horário das 23h, a nova versão de “Gabriela” levanta várias discussões. Alguns saudosistas (assim como eu!) não aprovam, pois consideram uma obra intocável ainda no imaginário do povo. Esses alegam que tais regravações não atingem a mesma emoção que tiveram quando viram a obra pela primeira vez. Juliana Paes anda amargando duras críticas devido à personagem-título: caricata demais. A nova adaptação da obra de Jorge Amado ainda não convenceu, apesar do elenco primoroso, iluminação, direção e fotografias impecáveis. Por todos estes motivos, cada remake tem de ser visto desprovido de qualquer saudosismo. É uma novela nova para ser vista com gerações que não tiveram a oportunidade de acompanhar a apresentação original. Existem lembranças que realmente devem permanecer intocadas... Em nossa memória afetiva! E que venha “Guerra dos sexos”, pois estamos ansiosos!
Fique por dentro
Ivani Ribeiro foi a recordista em reescrever suas próprias novelas. Todas as suas regravações foram produzidas pela Rede Globo, como “A viagem” (1994) e “Mulheres de areia” (1993)... As demais novelas foram rebatizadas, mantendo o mesmo enredo, como “A gata comeu” (1985) / “A barba azul” (TV Tupi, 1974), “Amor com amor se paga” (1984) / “Camomila e Bem-me-quer” (TV Tupi, 1972), “Hipertensão” (1986) / “Nossa filha Gabriela” (TV Tupi, 1971) e “O sexo dos anjos” (1989) / “O terceiro pecado” (TV Excelsior, 1968).
Personagem do dia
Felipe Barreto (Antônio Fagundes), em “O dono do mundo” (1991)