(Foto Ilustrativa)
Mudança chega ao mercado de lojas de carros usados e concessionárias de 0km
Uma luz em meio ao caos. É assim que podemos resumir o processo de digitalização das empresas durante esta pandemia do novo coronavírus (Covid-19) que assolou os negócios em 2020. Setores que antes sobreviviam apenas fisicamente viram no universo digital uma forma de alavancar os negócios e descobriram novos horizontes. Essa tendência agora chega ao mercado de lojas de carros usados e concessionárias de 0km.
A mudança no setor automobilístico aconteceu de forma muito lenta, com as empresas usando as plataformas online apenas como recurso de publicidade ao longo dos últimos 15 anos. Contudo, o surgimento de várias startups nos últimos anos já indicava que o setor contava com oportunidades inexploradas. Temas como carros compartilhados, mobilidade urbana e veículos elétricos já são comuns nos debates dentro da engenharia das grandes montadoras e também nos grandes salões do setor, mas o varejo parece que passou ileso a essa evolução, mantendo o processo de venda tradicional adotado há mais de 30 anos.
Essa digitalização traz alguns questionamentos. Haverá necessidade de existir concessionárias no futuro?
A resposta é um pouco complexa, mas nos modelos atuais não. Esses ambientes vão passar por mudanças profundas nos próximos anos e terão responsabilidades diferentes das atuais, foi o que constatou a plataforma Karvi Brasil. De acordo com eles, as lojas físicas servirão mais como um ambiente de experiência do cliente com o produto, local de simuladores e menos como venda direta. Com base nesta avaliação, busquei então identificar as principais tendências do setor para os próximos anos. Confira a seguir.
Expansão do varejo digital
Com milhares de brasileiros comprando de roupas e calçados até remédio e equipamentos industriais online, não é possível entender o motivo da demora do e-commerce de veículos engrenar. Agora, é apenas questão de tempo para que o consumidor possa entrar no site de uma concessionária, uma startup ou mesmo uma montadora e escolher todas as características do veículo que deseja comprar, passe por uma avaliação de crédito e defina onde e como quer retirar o seu carro novo.
Isso parece surreal para você? Acredite, não é. O mercado de venda de casas pré-moldadas em concreto, de madeira ou mesmo em contêiner já é mais desenvolvido do que o de veículos, mas essa mudança de comportamento já está acontecendo. As lojas físicas serão usadas como centro de entrega e também como canais para revenda de veículos usados.
Utilização de simuladores e realidade virtual
Como dito no tópico acima, as concessionárias vão mudar, mas isso não quer dizer que elas perderão a sua utilidade. Ao contrário, elas tendem a ser ainda mais receptivas e proporcionar novas experiências aos clientes.
Sabe o test drive atual? Ele vai mudar, vai ficar mais dinâmico e emocionante. Com o uso de simuladores e realidade virtual, você poderá dirigir qualquer carro, personalizá-lo do jeito que quer o seu novo 0km e terá a oportunidade de experimentá-lo em situações realistas. A tecnologia já permite esse tipo de aplicação em aulas de condução e também em trabalho experimental de pilotos de aeronaves, só falta a liberdade de personalização para que o test drive virtual seja realidade. O condutor terá a chance de experimentar o carro em diversas condições de pista e com climas variados, o que permitirá avaliar se aquele modelo é o ideal ou não para as suas intenções.
Novos modelos de negócio
A evolução é uma prova de que nenhum negócio é eterno em sua concepção original e as renovações estão cada vez mais rápidas. Com isso, as concessionárias terão que se reinventar e sair do modelo clássico de venda de veículos. Os serviços de manutenção vão continuar, mas o que mais elas podem oferecer? Assinatura de veículos é uma opção para motoristas de transporte coletivo, mas as montadoras já saíram na frente e estão lançando seu próprio serviço a partir de janeiro/2021.
Os CEOs das grandes redes estão com esse desafio pela frente e precisam urgente encontrar uma saída para não deixar que aconteça com eles o mesmo que aconteceu com inúmeras marcas que ficaram pelo caminho e não se renovaram.